Wednesday 18 April 2007

Olhó passarinho!!!

Hoje tenho para vocês uma sessão fotográfica para melhor ficarem a conhecer as personagens com quem convivo nesta casa, entre outras coisas sem qualquer tipo de interesse intelectual.

Os comentários deixo para vocês até porque já nem sei que diga relativamente às personagens em questão. Acredito que as imagens falarão por si.

Vamos a isto então:

Começo com duas fotos que todos vocês aguardavam há já muito tempo e como o prometido é de vidro aqui estou eu a partilhar não vá acabar por quebrar e depois diz que é chato.

Aqui têm o Glenn com o famoso Andy.

Eu não vou comentar mas no dia em que tirei esta fotografia acabei a jantar com eles (só nós os 3) num restaurante em Reading. Senti-me um candelabro de luxo. As conversas deles eram simplesmente divinais mas dado que tenho sido criticado pelos testamentos que aqui publico, vou-me abster de dizer o teor das conversas dos "pombinhos". Toma toma!!!

Passemos ao próximo casal cá da casa. Venha o Diabo e escolha. Só para terem uma ideia, acabei por passar a Páscoa com as próximas duas personagens que vão ver já a seguir e digo-vos apenas o seguinte: estes gajos fazem uma algazarra que não vos passa pela cabeça; em 4 dias que aqui estivemos só os 3, acho que os devo ter visto umas duas horas, tirando a noite em que tirámos estas fotografias já que no resto do tempo estavam fechados no quarto do Craig. Nem vou comentar mas digo-vos que foi uma Páscoa diferente do habitual. Muito pouco católica.


Esta fotografia foi tirada no comboio a caminho de Reading onde fomos saír os 3 (lá fui candelabro mais uma vez) para uma "disco night" que só tocava música dessa bonita década de 80. Estas personagens lembraram-se de se mascararem para ir a uma discoteca. Vejam o estado em que eles entraram no "Reflex", nome da discoteca em causa. Conseguem imaginar a minha cara a entrar com estes dois nestas figuras? Vejam a próxima fotografia e tirem as vossas conclusões.

Pois bem, nem preciso comentar, certo? Agradecido.

Enquanto tivemos dentro da discoteca estes dois descarregaram uma máquina fotográfica descartável. Garanto-vos que as 36 fotografias que eles tiraram bem que podiam ir directas para o lixo tal a qualidade das mesmas mas mesmo assim tenho aqui uma para vos mostrar, apenas para vos provar o porquê de cada vez que vamos saír à noite o pobre do Craig ter que mostrar a identificação porque toda a gente acha que ele é menor. Desde que não achem que sou o pai é na boa. Vejam bem a cara de adulto dele.


Como podem perceber por este retrato, o meu cabelo está mais curto do que o normal. Foi uma decisão difícil e foi preciso muita pesquisa para finalmente decidir-me pelo penteado elaboradíssimo que acabei por fazer (máquina 3). Quero agradecer a ajuda que tive na minha decisão a um indivíduo que se sentou à minha frente numa viagem que fiz entre Glasgow e Londres. Sem ele ainda hoje estaria com dúvidas. Eu bem que tentei ler ou ver a paisagem durante a viagem mas com este gajo sentado à minha frente garanto-vos que foi impossível. Tive os 50 minutos da viagem a admirar tamanha obra de arte. Estou certo que alguns de vós vão seguir este exemplo.

Maravilha!!!

Mudemos um pouco de assunto mas mantenhamos a vertente fotográfica deste artigo. No passado Sábado acordei, cuidei da minha higiene pessoal, e segui para o andar inferior da casa para ver dos meus amigos. O Glenn estava neste estado na sala:


O que vale é que vivo com uns valentes artistas. Enquanto o Glenn estava agarrado à vida, o Craig estava sentado à porta de nossa casa a apanhar sol qual saloio. Nós que temos um valente quintal, que por acaso até apanha sol, mas este valente "Barnabé" achou que devia estar à porta a ver os carros passarem. Pedi-lhe, por alguns momentos, autorização para me sentar no posto de vigia e aqui estou eu a "saloiar" perante a comunidade de Winnersh.


Por falar em Craig, no outro dia achei por bem lavar os panos da cozinha. Passados 3 meses achei que tinha chegado a hora certa. Lavei-os e orgulhoso de mim mostrei-os aqui em casa para nos voltarmos a lembrar das duas cores originais. Contudo foi sol de pouca dura. O Craig nesse dia resolveu fazer uma das suas massas maravilha e aqui vos deixo o estado em que os panos ficaram depois daquele menino ter passado 30 minutos na cozinha.

Não sei se dá para perceber a real labreguice que mergulhou nos tecidos destes panos mas foi tudo muito rápido. Não tive tempo para os salvar. Daqui a 3 meses há mais.

Aqui fica uma sintese do que tem sido a minha vida, parca em aventuras e em novas experiências. Foi para isto que quis saír de Portugal...

Por falar em ter saído de Portugal e antes que me esqueça. Parece que a "Lei Bosman"* já chegou às camadas ainda mais jovens e quem não tiver contrato assinado está livre de trocar de filhos a seu belo prazer. Eu descobri o sítio onde o mercado atinge o seu auge. Não me deixaram tirar uma fotografia no interior do estabelecimento mas fica aqui a prova da sua existência.


Estou aqui estou ali!!!


* "Lei Bosman" foi uma lei que surgiu depois de um palerma de um jogador Belga ter achado que depois do contrato de trabalho terminar, entre um jogador da bola e o respectivo clube, os jogadores deviam ser livres para escolher qual o rumo que queriam para a sua carreira. Este tal de Bosman seguiu a carreira preferida dos Funcionários Públicos: Aposentado.

Tuesday 17 April 2007

"Farinha Amparo" faz das suas...

Perdoem-me as mentes mais susceptíveis mas hoje vou ser lamechas porque o orgulho assim me obriga. Este texto dedico aos meus queridos pais, de quem tenho um enorme orgulho. Espero que a lição que eles me deram vos sirva também de aprendizagem.

Para quem não sabe, a minha mãe, por este ou por aquele motivo, não tinha a carta de condução mas com a bonita idade de quem nasceu no milénio passado teve a coragem suficiente para “mover uma montanha” e fez-se à estrada.

É com muito orgulho que vos comunico que, a partir de hoje, a “Farinha Amparo” tem mais uma felizarda. A minha mãe tem carta de condução. É oficial.

Para todos os reformados mentais que por acaso leram este blog que esta força mental vos sirva de exemplo, até porque a idade não serve de desculpa para nada, apesar de ser usada inúmeras vezes como justificação para a inércia mental e física que ataca precocemente muito boa gente.

Não digo que fosse um “parto” fácil de concretizar mas o sucesso está à vista. As estradas portuguesas têm mais uma condutora e é com muita felicidade que vos comunico isto de Inglaterra, se é que me entendem.

Obviamente que sem o apoio familiar, principalmente o do meu pai, as dificuldades teriam sido ainda maiores mas é por estas e por outras que a malta lá em casa se dá bem… quando calha.

Deixem apenas que vos conte como recebi a notícia aqui em Inglaterra. Estava eu nas minhas múltiplas viagens de comboio – hoje foram mais 5 horas – quando recebi uma mensagem do meu pai a dizer, e passo a citar: “Temos condutora!”. Sorri feito tontinho, em plena estação de Waterloo. Estava orgulhoso com o que tinha abado de ler. Tentei ligar mas em vão até porque telemóvel com bateria é coisa rara naquele mundo que é a mala da minha mãe. Chegado a casa o meu telefone toca e era a dita cuja, ainda com o coração nas mãos, vergada perante os nervos que a foram consumindo ao longo do dia como pavio a arder em lume brando. Estava tão feliz que me deixou mais uma vez com sorriso nos lábios. Contou-me o exame todo. Entre outras coisas sem qualquer interesse, disse-me que foi à quinta velocidade, essa emoção suprema na arte de conduzir. Parabéns mãe.

Deixei-os ir comemorar este grande dia e aqui estou eu a partilhar com o mundo o quanto estou feliz.

Estou certo que não ficarão por aqui pelo que aguardarei novos feitos. A pressão aumenta mas também terei os meus.

Queiram ter a liberdade, mesmo que não a conheçam, de deixar aqui um comentário para a minha mãe que estou certo gostará bastante. Quem quiser ligar lá para casa está de todo à vontade, mas se for para falar comigo eu não estou.

Por aqui me fico mas prometo voltar em breve com muitas novidades até porque como diriam alguns de vocês: “A minha vida dava um livro de qualidade mediana mas capaz de vender uns quantos exemplares. Uns 22 ou 345”!


P.S.
Por saber a velocidade a que corre um boato na Santa Terrinha, bem mais rápido que a velocidade da luz, aqui vos digo: O Júlio é meu e está, por minha autorização, emprestado à minha mãe. Nem mais!!!

Tuesday 10 April 2007

Cultura Chinesa

Isto até parece que saiu a sorte grande. Estou a escrever outra vez.

Estou apenas a cometer este acto de pura insanidade mental depois de ter recebido um link que o meu amigo Glenn me mandou. Caso não saibam, no próximo dia 5 de Agosto está previsto eu aterrar na cidade de Shanghai e acho simpático o Glenn ter-me mandado este artigo relacionado com aquela bonita cultura.

Se dúvidas existissem, depois de tomarem conhecimento do que ele me mandou, podem ter a certeza que essas dúvidas viram certezas: nesta casa, ninguém funciona com o baralho todo.

O artigo, tirado do site da BBC tem o seguinte título: “Beijing’s penis emporium”. Assim que abri o link vi logo que coisa boa não podia vir dali, mas de algum modo não me surpreendeu o conteúdo, vindo de quem vinha.

Perdoem-me as pessoas que vão ler este artigo e que não saibam inglês o suficiente para perceberem o conteúdo do mesmo mas, para vocês, digo simplesmente o seguinte: sortudos.

Vou passar a copiar o artigo, publicado a 23 de Setembro de 2006 no site da BBC news. Mentes mais susceptíveis queiram ir ver o canal Panda enquanto eu não escrevo mais nada, isto claro se não tiverem nada mais interessante para fazer.

There are many thousands of Chinese restaurants around in the UK and everyone has their favourite dish, but only in China itself do chefs specialise in a range of slightly more unusual delicacies.

The dish in front of me is grey and shiny.
"Russian dog," says my waitress Nancy.
"Big dog," I reply.
"Yes," she says. "Big dog's penis..."
We are in a cosy restaurant in a dark street in Beijing but my appetite seems to have gone for a stroll outside.
Nancy has brought out a whole selection of delicacies.
They are draped awkwardly across a huge platter, with a crocodile carved out of a carrot as the centrepiece.
Nestling beside the dog's penis are its clammy testicles, and beside that a giant salami-shaped object.
"Donkey," says Nancy. "Good for the skin..."
She guides me round the penis platter.
"Snake. Very potent. They have two penises each." (ai se o Glenn sabe...)
I did not know that. (nem eu...)

Deer-blood cocktail

"Sheep... horse... ox... seal - excellent for the circulation."
She points to three dark, shrivelled lumps which look like liquorice allsorts - a special treat apparently - reindeer, from Manchuria.
The Guolizhuang restaurant claims to be China's only speciality penis emporium, and no, it is not a joke.
The atmosphere is more exotic spa than boozy night-out.
Nancy describes herself as a nutritionist.
"We don't call them waiters here. And we don't serve much alcohol," she says. "Only common people come here to get drunk and laugh."
But she does offer me a deer-blood and vodka cocktail, which I decide to skip.

Medicinal purposes

The chinese believe that eating penis can enhance your virility


The restaurant's gristly menu was dreamt up by a man called Mr Guo.
He is 81 now and retired.
After fleeing China's civil war back in 1949, he moved to Taiwan, and then to Atlanta, Georgia, where he began to look deeper into traditional Chinese medicine, and experiment on the appendages of man's best friend.
Apparently, they are low in cholesterol and good, not just for boosting the male sex drive, but for treating all sorts of ailments.
Laughter trickles through the walls of our dining room.
"Government officials," says Nancy. "Two of them upstairs. They're having the penis hotpot."
Most of the restaurant's guests are either wealthy businessmen or government bureaucrats who, as Nancy puts it, have been brought here by people who want their help.
What better way to secure a contract than over a steaming penis fondue. (Ainda bem que não trabalho num departamento de vendas)
Discretion is assured as all the tables are in private rooms.
The glitziest one has gold dishes.
"Some like their food served raw," says Nancy, "like sushi. But we can cook it anyway you like." (Digam-me que não li isto!!!!)

Rare order

"Not long ago, a particularly rich real estate mogul came in with four friends. All men. Women don't come here so often, and they shouldn't eat testicles," says Nancy solemnly.
The men spent $5,700 (£3,000) on a particularly rare dish, something that needed to be ordered months in advance.
"Tiger penis," says Nancy.
The illegal trade in tiger parts is a big problem in China.
Campaigners say the species is being driven towards extinction because of its popularity as a source of traditional medicine.
I mention this, delicately, to Nancy, but she insists that all her tiger supplies come from animals that have died of old age.
"Anyway, we only have one or two orders a year," she says.
"So what does it taste like?" I ask.
"Oh, the same as all the others," she says blithely.
And does it have any particular potency? "No. People just like to order tiger to show off how much money they have."
Welcome to the People's Republic of China - tigers beware.

Sliced and pickled

"Oh yes," she adds, "the same group also ate an aborted reindeer foetus.
"That is very good for your skin. And here it is..."
Another "nutritionist" walks in bearing something small and red wrapped in cling film.
My appetite is heading for the airport.
Still, I think, it would be rude not to try something.
I am normally OK about this sort of thing. I have had fried cockroaches and sheep's eyes, so...
There is a small bowl of sliced and pickled ox penis on the table.
I pick up a piece with my chopsticks and start to chew. It is cold and bland and rubbery.
Nancy gives me a matronly smile.
"This one," she says, "should be eaten every day."
From Our Own Correspondent was broadcast on Saturday, 23 September, 2006 at 1130 BST on BBC Radio 4.”

Pois bem, que posso eu dizer depois disto? Deixo para vocês qualquer comentário a este artigo pelo que tenham a liberdade de o fazer.

Acho apenas curioso, ou talvez não, que com tanta coisa para falar sobre a cultura Chinesa aquele gajo se tenha lembrado de me mandar um artigo a dizer que os chineses comem pénis de animais porque acham que isso aumenta a virilidade deles, entre outras coisas menos palpáveis. Este gajo deve-se achar muito viril. Pffff!!!

Ele há cada um...

Monday 9 April 2007

Jet-lag

Bem, eu fico tanto tempo sem vir aqui que cada vez que me concentro para escrever aquilo que inicialmente seriam apenas umas curtas palavras, acabam num verdadeiro testamento. A ver vamos o que vai sair daqui.

Antes de mais convém dizer que este blog sofre de um mal tremendo: jet-lag. Algumas das vezes este jet-lag mencionado advém de uma moleza que me ataca com alguma frequência mas, ultimamente, surge muito por força do pouco tempo que vou tendo, ora por motivos profissionais ora por motivos mais lúdicos mas deixemo-nos de trivialidades.

Bem, nem sei por onde começar até porque para este texto não há um princípio nem um fim lógico.

Vou espreitar os retratos que tirei com o meu telemóvel e tentar começar alguma coisa com lógica a partir daí.

Acabei de ver os últimos que tirei e sinceramente perdi toda e qualquer imaginação. Deixem-me que vos conte o que me aconteceu a última vez que fui a Durham em trabalho. Para quem não conhece, Durham é uma cidade no Nordeste de Inglaterra, perto de Newcastle, onde, curiosamente, filmam os filmes do Harry Potter. Como já mencionei anteriormente, os filmes são feitos a Norte mas se é a varinha do Harry que querem ver, então dirijam-se a Londres porque está em exibição.

Aqui fica uma fotografia de Durham para ficarem a conhecer um dos muitos sítios onde eu costumo ir... em trabalho.


Bem, como estava a dizer, fui a Durham, em trabalho, por 3 dias, ficando hospedado no Marriott, num quarto com vista para o rio. Não percebo porque é que os quartos “singles” têm todos uma cama onde cabe toda uma família Brasileira sem televisão em casa. Não percebo quer-se dizer. Depois de ter ido jantar a Newcastle e ter visto o tamanho médio de um inglês nativo daquela zona do país, percebi que aquelas camas são mesmo só para uma pessoa e com um pouco de sorte, tal o tamanho deles e delas, ainda conseguem ter os dois braços em cima da cama ao mesmo tempo, isto claro se tiverem alguma destreza física.


Numa das muitas formações que tive até agora, fiquei com o contacto de um gajo de Newcaslte. O nome da personagem é questão é Thomas pelo que agora que já foram apresentados vou passar a trata-lo pelo nome próprio. A primeira imagem que tive dele, na formação, é a de que ali faltavam bastantes parafusos. Confirmei a teoria como vão perceber.

Trocámos algumas mensagens durante o dia, quais amigos que não somos, e ficou combinado que ele ia ter ao meu hotel para depois de lá irmos comer alguma coisa. Quando o gajo chegou a primeira coisa que me disse foi algo parecido com o seguinte: “Pedro, esqueci-me da carteira em casa pelo que temos de ir a Newcastle, se não te importares!”. Quem sou eu para me importar. Lá seguimos para Newcastle.

Se eu achava que o meu quarto era impossível de descobrir no meio da confusão, a casa dele deixou-me incrivelmente satisfeito com a minha capacidade de arrumação mas extremamente insatisfeito com a minha capacidade de desarrumação. Tenho de melhorar esta última. Só para terem uma ideia, eles têm dois colchões à porta de casa que, segundo o Thomas, são para quem estiver muito bêbado para abrir a porta se estender logo ali. Ele partilha a casa com mais 4 pessoas pelo que para chegarmos ao quarto dele tivemos de subir ao terceiro andar. O quarto dele é perfeitamente indescritível tal a confusão. Saí de lá a acreditar que o armário devia estar possuído tal a quantidade de roupa que estava no chão. Senti nas paredes uma redenção perante o facto de se estar a criar uma camada espessa de musgo já para o presépio do próximo Natal. Enfim, uma casa típica de quem vive fora do conforto dos pais. Ai o que eu sei o que isso é…

Finalmente estávamos os dois financeiramente aptos a consumir alguma coisa pelo que nos dirigimos a um restaurante, aconselhado por ele, onde pagávamos £10, aproximadamente 15€, e comíamos o que quiséssemos de comida chinesa. A obesidade de todas as pessoas que se encontravam dentro do restaurante surpreendeu-me. As cadeiras das diversas mesas encontravam-se distanciadas entre elas, em média, talvez perto de 1 metro e meio mas não o suficiente para levar uma quantidade infindável de encontrões de pessoas a tentarem passar, nesse curto espaço que separava as cadeiras, para se dirigirem à zona onde nos servíamos do que quiséssemos. Triste caminho aquele que nos leva à tentação da gula.

Eu comi e repeti enquanto que o Thomas comeu, repetiu, repetiu, repetiu e repetiu. Só para terem uma ideia de uma das muitas “actividades” oferecidas naquele restaurante, que sei que alguns de vocês ficariam seriamente tentados, era uma cascata de chocolate, com uns pratos cheios de mashmellows ao lado. Bastava espetar um mashmellow com um garfo, mergulha-lo na cascata e comer. Não cheguei a experimentar tal a fila de obesos até chegar à cascata mas pareceu-me interessante.

Finalizado o jantar, pelas 19h da tarde, começámos o “rallie pubs”. Segundo o Thomas, Newcastle é uma cidade que tem movimento todas as noites, até mesmo à segunda-feira. Azar do caraças, falhei na segunda-feira porque conto com os dedos de 14 mãos as pessoas que vi a noite toda. Deixem-me que vos conte apenas um episódio curioso no primeiro pub em que entrámos até porque vi algo que não esperava ver e que não estava de todo interessado em ver. Estávamos os dois sentados a beber cada um a sua pint, como não podia deixar de ser, e tínhamos 2 casais na mesa ao nosso lado. Um dos membros masculinos falava de uma maneira muito pouco agradável com a respectiva “dama” mas o sotaque era tão forte que não percebia nada do que eles diziam um ao outro até que ele se levanta, baixa as calças e… não vale a pena dizer muito mais. Estou a falar verdade, até porque a pint ainda ia no início pelo que vi bem, infelizmente. Eles andem aí!!! Porcaria de país!!!

Voltei para o hotel via comboio, viagem que acabei por não pagar. Ora bolas.

No dia seguinte fui trabalhar como qualquer ser responsável e fui convidado por duas coleguinhas para ir jantar com elas. Estou a falar de duas colegas que trabalham directamente para o meu boss e sabem que ando sempre sozinho nas muitas viagens que faço pelo que foram extremamente simpáticas pelo convite que aceitei prontamente. Qualquer um de vocês, incluindo a minha mãe, já estão a fazer filmes mentais de qualidade duvidosa pelo que vos digo para não o fazerem. Elas, como qualquer pessoa da minha equipa de trabalho, são divorciadas e bem acima dos 38 anos. A mais nova acho que tem 39 anos. Não há ninguém na minha equipa de trabalho, homens ou mulheres, que não seja divorciado. Relativamente a isso já falei aqui diversas vezes sobre a minha teoria para tal estatística pouco agradável mas de certo não estão interessados em ler sobre isso.

Mais uma vez, o ponto de encontro foi o meu hotel. Encontrei-me lá com elas e seguimos para o primeiro pub. Elas não brincam em serviço. Primeiro copo e primeiro momento lúdico. Qual a probabilidade de entrar num pub numa cidade como Durham, estarem 4 pessoas lá dentro e uma delas se chamar Pedro? Pois bem, efectivamente estava lá um Pedro. Este Pedro era de descendência Mexicana, daí o nome, e talvez explique o porquê da ausência de parafusos naquela moleirinha. Desculpem-me os Mexicanos que estão a ler este blog neste momento e sei que são bastantes.

Na mesa ao lado da nossa estava o dito Pedro com mais dois gajos, o barman e o batman. O barman agarrou o telemóvel do Pedro e atirou-o umas quantas vezes ao chão de propósito. Crianças. O Pedro, perante tal facto e depois de ter visto a nossa cara achou por bem explicar o que se estava a passar. É aqui que vão perceber o nível intelectual das pessoas com quem tenho privado ultimamente. O Pedro explica que tem um daqueles telemóveis que são anunciados como sendo indestrutíveis e que um dia, já com uns copos a mais, resolveu testar a sua resistência e achou que não havia nada melhor que lançar o telemóvel do alto do castelo de Durham. Pois bem, como resultado do teste por si efectuado, o telemóvel acabou rachado. Acham que a parvoíce acabou aí? Nem pensar. Aquele génio achou que aquela racha era “curável” e para tal agarrou no isqueiro e queimou o telemóvel numa tentativa de fechar a racha, qual feiticeiro. Conseguem imaginar o orgulho com que ele contava aquela história? Resultado: telemóvel rachado e queimado.

Seguimos para um restaurante italiano onde tivemos um agradável repasto e voltámos para mais um pub antes de elas se irem embora e eu dirigir-me para o meu hotel.

Assim foram os meus 3 dias de intenso trabalho e alguns momentos de puro lazer. Como podem ver aqui a vida é bem difícil.

Estou certo que terei mais motivos para escrever até porque tenho aqui umas quantas fotografias que de certo todos vocês anseiam por ver mas por enquanto fico-me por aqui até porque estou cansado e a minha vida não é isto, nem a vossa.

Até breve, seja lá onde isso for.

Thursday 29 March 2007

Formação em Kent

Finalmente tenho um pouco de tempo para escrever qualquer coisa. Perdoem-me os impacientes mas esta última semana tem sido de loucos. Não vou contar tudo ao pormenor senão ficaria aqui pelo menos duas semanas, mesmo sabendo que só tinha uma semana para descrever. Tenho o dom de perder o contexto do que estou a escrever e quando dou por mim já não sei de mim, seja lá o que isto quer dizer. Já começa…

Bem, como alguns de vocês sabem, a semana passada fui para uma formação em Kent, formação esta relacionada com a importância do trabalho em equipa, pelo que é sobre isto que vou escrever agora. Não sobre o tema e sobre o que “aprendi” mas sobre o que se passou.

Foi a primeira vez que tivemos os 3 cá de casa na mesma formação pelo que tive boleia do Glenn para Kent e o Craig seguiu directo do trabalho para lá via comboio. Pormenores sem importância.

A chegada estava prevista para a noite de 4ª feira até porque estava prometido um jantar para todos, no hotel. Para esta formação os quartos, no hotel, eram quartos duplos e não fomos sequer ouvidos sobre quem queríamos para “room mate”. Na primeira lista que nos foi mandada com a partilha dos quartos eu era previsto ficar com um gajo de nome Jihad. Calhou-me logo o Taliban. Esta trampa de um gajo vir para aqui dizer que é “open-minded” tem destas coisas. Escusado será dizer que a florzinha aqui de casa pediu um quarto só para ele. Entretanto, não percebi muito bem o que se passou com a estrutura dos quartos, mas de véspera mandara-me um mail a dizer que afinal ia ficar com um Andrew.

Chegados ao hotel, dirigi-me ao quarto para deixar as coisas. O quarto era um quarto extremamente simples, com duas camas, uma dupla e uma single, sendo que a dupla já tinha a tralha toda do Andrew em cima. Antecipou-se o sacana.

De volta ao hall de entrada, percebi o porquê do gajo querer a cama de casal. Falar deste Andrew é falarmos de um gajo de 2 metros de altura, uns 100kg para cima e uma trunfa a fazer lembrar qualquer cão-de-água digno de respeito. Deixai-lo ficar com a cama de casal até porque não sou esquisito. Mal eu sabia o pouco tempo que ia usufruir daquele quarto…

O maranhal juntou-se junto ao bar do hotel e aí veio ao de cima o espírito inglês. A velocidade com que circulavam as belas das “pints” era impressionante. Escusado será dizer que algumas pararam exactamente onde eu estava sentado. Sacrifiquei-me em prol do grupo.

Nessa primeira noite as “pints” pararam de circular por volta das duas da manhã até porque no dia seguinte tínhamos de estar todos acordados e prontos para sermos transportados para um campo “militar” pelas 8h da manhã. Para perceberem o nível a que as conversas chegaram nessa mesma noite, o tema da noite era o seguinte: Se tivessem que perder um membro, qual seria? Um braço ou uma perna? O tema foi de tal maneira levado a sério que pusemos o barman a tirar “pints” a usar só um braço, como se isso fosse uma missão impossível. Ouviram-se palmas quando ele tirou a “pint” só com um braço. Tenho a certeza que alguns deles bateram palmas porque realizaram que ainda havia cerveja no barril!!!

Agora preparem-se para lerem algumas coisas que me provocaram um nojo como não me lembro alguma vez ter sentido, a não ser naquela bela noite em Cabo Verde em que apanhei um nativo a pentear a carapinha com água tirada, directamente, do mictório à sua frente ao mesmo tempo que fazia a sua necessidade fisiológica que muitos chamam, abrutalhadamente, de “mijar”. Não sei porque vão ler este parágrafo outra vez. Será que querem mesmo visualizar o que acabei de dizer? Problema vosso…

Voltando à Inglaterra que é aqui que as novas aventuras acontecem, obviamente que não vou contar todos os pormenores do que ouvi e vi até por respeito a muitas das celebridades que vêm a este blog com alguma regularidade. Primeiro foquemo-nos no Glenn, até por uma questão do nojo ser gradual. Como bem sabem, caso tenham lido o que escrevi para trás, a formação que ia ter seria frequentada, maioritariamente, por uma fauna masculina. Também sabem, até por histórias passadas, que o meu caro amigo Glenn possui um namorado. Questionam-se vocês o porquê destas duas informações em tom de reportagem da TVI. Pois bem, a certa altura da noite pedi a mochila ao Glenn para pôr a minha tralha toda já para o dia seguinte, até porque não me apetecia estar a carregar tralha. A minha dislexia tem destas coisas pois na altura em que abri a mochila do rapaz, não sei muito bem como consegui aquilo, mas tudo o que estava lá dentro, pelo menos dentro da bolsa que abri, como que saltou em busca de liberdade. Tudo espalhado no chão. Graças a “Mim” que ninguém se apercebeu mas apressei-me a pôr tudo de volta na mala não fossem aqueles abutres aperceberem-se. Agora vem a parte melhor. Vou tentar, na maior honestidade possível, descrever tudo o que estava no chão e devolvi à mochila do Glenn: 3 caixas de preservativos. Et voilà!!! Para que precisava ele daquele arsenal todo para uma formação daquelas? Nem quero saber. Reparei contudo que uma das caixas tinha, em letras garrafais, o seguinte dístico: “Extra Strong”. Não vou comentar rigorosamente nada do que acabei de escrever. Sinto-me incomodado.

Admito que a maneira como escrevo e conto as coisas possa dar uma imagem que exagero imenso a contar as histórias e que metade das coisas são tanga. Para ser sincero, eu não conto é metade das coisas para não ferir ainda mais as mentes mais sensíveis mas tudo o que escrevo é a mais pura das verdades contada por quem viveu a situação descrita. Eu próprio não acredito em maior partes das coisas que oiço ou vejo.

Foquemo-nos agora no Craig. Vou directo ao assunto até porque já estou cansado de escrever e vocês de lerem. A meio da noite o gajo sentou-se ao meu lado, com uma “pint” na mão e o telemóvel na outra e começou a falar. Até aqui nada de especial mas o tema da conversa deixou-me… sem conversa!!! Não é que o gajo me começa a mostrar as mensagens que ele e a namorada trocam?!?! Escusado será dizer que a palavra “badalhoquice” soa a elogio perante tamanha perversão que vai naquela cabeça. Acham que isto foi tudo??? Tirem o cavalinho da chuva (os que não têm cavalo tirem a avestruz), porque as maiores confissões ainda estavam para vir. Primeiro perguntou-me se queria ver um filme da Kirsty, que ele tem no telemóvel, ao que lhe disse que não mas mesmo assim vi contra a minha vontade. Eheheh. O filme era ela a fazer a mala no quarto dele, no fim-de-semana em que esteve cá em casa, em roupa interior. Sinceramente não sei que vos diga. Quem é que no seu devido juízo vai mostrar uma coisa daquelas? Lá que ele faça o filme é problema deles, agora partilhar aquilo??? Perguntei-lhe se ele não devia respeitar o facto dela poder não gostar que ele mostre aquilo mas onde é que eu me fui meter. Ela deve ser pior que ele. Só para terem uma ideia do nível, ela diz que finalmente escolheu o que quer seguir: quer ser polícia. Passando à frente e terminando este momento nojento do meu texto, o Craig confidenciou-me que não usa roupa interior. Tudo o que eu desejava saber naquela noite, que até estava a correr bem. Vendo bem as coisas, vivo com um paneleiro e com um gajo que não usa roupa interior. Ele há pontaria!!!!

Pelas conversas matinais, o companheiro de quarto do Craig não dormiu nada porque o Craig ressonou de tal maneira que parecia uma locomotiva.

Para esta formação fomos avisados que íamos ter bastantes actividades físicas pelo que seria conveniente levarmos roupa desportiva. Aquilo parecia a brigada do fato-de-treino. A comitiva parecia uma família, grande, num qualquer Domingo à tarde a caminho do Colombo. Viram-se meia branca, camisola de licra, pochete, entre outras coisas de tamanha utilidade numa qualquer caracterização Carnavalesca. Escusado será dizer que eu não estava de fato-de-treino até porque não tenho… ainda!!!! Ehehe.

Falemos então da formação até porque alguns de vocês ainda têm de trabalhar amanhã e convém não me alongar muito.

Fomos todos divididos em 5 grupos de 6 elementos cada. Por acaso tive sorte com o grupo. Tudo malta porreiríssima mas de longe o grupo com menos jeito para o que quer que fosse. No primeiro dia fomos só os únicos que não conseguiram acabar uma única tarefa. O nosso guia só se ria mas nós também. No meu grupo tinha, para além de mim, uma miúda que nunca conseguimos chegar a perceber o nome (era de origem Indiana), um Irlandês, um Brasileiro, e dois Ingleses. O dia, na formação, acabou com a malta toda dividida em apenas dois grupos e a fazermos uma caça ao tesouro pela noite dentro. Foi espectacular. O complexo era gigante e eles montaram uma estrutura incrivelmente bem organizada. Tínhamos de descobrir pistas que nos levavam a outras pistas e assim sucessivamente até completarmos o objectivo proposto. Basicamente tínhamos de salvar o mundo e para tal havia duas maneiras: ou descobríamos as 4 bombas biológicas prestes a ser activadas ou então descobríamos o antídoto. O meu grupo foi às bombas. Tínhamos apenas duas lanternas que só aguentavam 20m ligadas, cada uma, uns quantos walkie talkies, e pouco mais. Uns de nós ficavam pelo quartel a dar orientações e os outros iam indo ao terreno procurar as pistas, seguindo orientações de quem sabia ler mapas. Por incrível que pareça eu era um dos que sabia ler mapas. Pudera que por nossa causa quase que íamos tendo uma desgraça mundial mas lá acabámos por descobrir as bombas, mas não sem antes sofrer. Numa das muitas vezes que me aventurei pela selva a minha equipa parecia uma equipa saída de cartoon qualquer. Éramos 4, eu, uma miúda que só queria era estar fora do quartel mas sujar a botinha tá quieta, um gajo porreiríssimo que não faço ideia o nome e o famoso Jihad. Tinha mesmo de me cruzar com o gajo. Até correu bem e descobrimos tudo mas quando estávamos a voltar o inevitável aconteceu: ficámos sem lanterna. Digamos que a vinda para o quartel foi uma valente aventura. É complicado descrever o local mas garanto-vos que aquilo era uma selva autêntica. Ainda apanhamos uns quantos sustos com a fauna local, nomeadamente eu com os berros da miúda sempre que um arbusto fazia barulho. Foi uma “boa” aventura e “Prueba Superada”.

Nessa mesma noite houve forrobodó pela noite dentro até que nos fecharam o bar do hotel porque já estávamos a abusar (vejam isto para terem uma ideia do que falo - http://www.youtube.com/watch?v=F-BXnv2z4JI). Juntamo-nos uns 8 gajos, incluindo os 3 aqui de casa, o meu room-mate do hotel e mais uns quantos malucos e foi pela noite dentro com “drinking games”. O Craig ganhou a todos aos pontos.

Escusado será dizer que no dia seguinte estávamos todos mortos pelo que não me lembro muito do que se passou mas de qualquer das maneiras também já escrevi o suficiente e já são horas de lanchar. A ver se entre hoje e amanhã vos conto o meu inicio de semana, por Durham. Acreditem que vai valer a pena.

P.S.
Já estão confirmadas as minhas férias. Em Agosto viajo para Shanghai (China) e volto por Jacarta (Indonésia). Falta só saber como chego de um lado ao outro mas isso é um problema que tentarei resolver quando lá chegar, certo mister?

Tuesday 13 March 2007

Glenn espalha magia!!!

Aqui está algo que vocês estavam à espera há algum tempo e, de certa maneira, até eu estava. Preparem-se para ver imagens chocantes!!!

Este fim-de-semana valeu, acima de tudo, pela 6ª feira à noite, até porque já nem me lembro do que fiz no Sábado e Domingo foi um dia puramente para descansar e dar um passeio por Reading com a malta cá de casa, mas já chego aí. Até Domingo ainda há muito por contar e mostrar.

Sexta lembro-me de ter ido ao consultório mudar o penso e depois fui ao escritório para descarregar uma quantidade infindável de e-mails que tinha acumulado com a minha visita a Portugal a semana passada. Tive apenas duas horas no escritório, durante as quais tive uma “phone meeting” com o meu big boss, que quis saber como tudo tinha corrido por Lisboa, e depois segui para casa. É impressionante a preocupação que toda esta gente tem com o bem-estar das pessoas. Tem sido uma surpresa extremamente agradável. Recebi inclusivamente um mail de um dos meus bosses a dizer simplesmente o seguinte: “It’s good to have you back”. Bastante agradável.

Chegado a casa resolvi finalmente ir arrumar o meu quarto. Descobri coisas que não fazia ideia que tinha, descobri outras que já não me lembrava que tinha e acho que deitei fora algumas que tenho quase a certeza que ainda vou precisar, isto já para não falar de algumas que achava que tinha e não as descobri. Coisas típicas de qualquer arrumação. Agora vou concentrar-me em voltar a desarrumar, algo em que sou realmente eficiente.

Falemos da noite de 6ª feira porque é aí que vai residir todo o interesse deste meu texto.

Queixava-me eu que estava a morrer de fome – algo tão raro em mim – quando o Glenn me propôs irmos ao Sainsbury’s buscar algo para comer. Aceitei imediatamente sob pena de desfalecer. Convém realçar que o Craig não estava connosco porque se tinha deslocado a Heathrow para ir buscar uma amiga dele que o veio cá visitar. Não me peçam para escrever o nome dela porque não faço ideia qual é (já sei: é Kirsty). Ouvia tanto o Glenn como Craig a chama-la e grunhia qualquer coisa que, sonoramente, fosse o mais parecido possível com aquilo que ouvia. Acho que não me saí mal até porque ninguém se queixou. Ou foram simpáticos e fiz completa figura de urso ou então disfarcei bem esta minha falha.

Estava eu a dizer, antes de começar a divagar, que me tinha deslocado, juntamente com o Glenn, ao hipermercado para comprar qualquer coisa, supostamente para jantar, e viemos de lá simplesmente com o seguinte: uma coca-cola de litro e meio, um pacote de bolachas de chocolate e 24 garrafas de cerveja. Já estão a ver como foi a noite… Não vos posso pôr a imaginar muita coisa que sai logo badalhoquice. Não crescem.

A primeira imagem que a “amiga” do Craig tem nossa sou eu com uma grade de cervejas na mão e o Glenn já agarrado a uma garrafa a sorve-la desesperadamente, como se fosse a última cerveja que ele alguma vez fosse beber na vida. Olha que bela imagem que nós demos. Dado o que se passou a seguir até que não foi mau de todo.

Cumprimentei-a e tentei meter um pouco de conversa. Onde eu me fui meter. Perguntei-lhe se ela tinha feito boa viagem e ela respondeu-me qualquer coisa que não sou capaz de descrever ou traduzir. Acho que, feito estúpido, ainda fiz outra questão, por uma questão de simpatia, mas após outra tentativa furtiva para perceber o que ela me dizia desisti e dirigi-me ao frigorífico. Havia que tomar medidas drásticas. Jola! A jola, quando ingerida em excesso, ajuda nos problemas relacionados com falhas de comunicação. O problema são os efeitos secundários, é que quando damos por nós estamos a usar esta nova habilidade com a porcaria do urinol ou com o pobre infeliz do urinol do lado. Coisas da vida que tenho vindo a descobrir.

Bebemos todos umas jolas e lá fomos nós para Reading para a cowboyada. A noite por Reading começa sempre num bar chamado “Revolution”, bar este com um óptimo ambiente. Por acaso, esta 6ªfeira celebrou-se a festa do Vodka e estavam a servir 6 diferentes cocktails, feitos com Vodka, que estavam a concurso para ver qual é o melhor do ano. Recordo-me que os candidatos vinham da Suécia, Polónia, Nova Zelândia, Holanda, Finlândia e, como não podia deixar de ser até porque se trata de Vodka, da Rússia.

Não sei quem vai ganhar este concurso mas garanto-vos que a camisola amarela da noite vai para o Glenn.

Rodada atrás de rodada as coisas iam aquecendo. Começámos os 4 mas o grupo foi aumentando com mais malta da Siemens. Já éramos mais que muitos quando resolvemos mudar de bar e fomos para o “Walkabout”. Para quem conhece muito bem, para quem não conhece que se informe do que isto é. Digo apenas que servem hambúrguer de canguru e bife de crocodilo para quem quiser.

Digamos que quando aqui entrámos já ninguém se encontrava no seu estado mais lúcido mas as imagens falarão por si.

A primeira foto que podem ver ainda foi tirada no “Revolution” pelo que ainda aparentam todos um ar “normal”. Apresentemos as pessoas na foto: o da esquerda é o Glenn, a do meio é a Kirsty e o da direita é o Craig.

Assim que chegámos ao “Walkabout” o nível desceu drasticamente. O Glenn espalhou magia e por momentos ainda duvidámos se não seria possível passa-lo para o nosso clube mas definitivamente este rapaz é um caso perdido. Não tenho a fotografia que prova que é efectivamente um caso perdido mas tudo farei para a obter até porque sei quem a tem. Quem a tem é este gajo: o Arun, também ele um coleguinha da Siemens.


Deixem-me que vos explique, o mais rapidamente possível, o que se passou. O Glenn estava de tal maneira on-fire que se fartou de dançar com miúdas que conheceu nessa mesma noite. Chegou ao ponto de, numa dessas danças, uma pobre miúda ter sentido um desejo ardente de beijar o Glenn. Escusado será dizer que deu barraca ali para aqueles lados. Eu não ouvi o que o Glenn lhe disse mas pela cara e respectiva reacção dela acredito que ele lhe tenha dito simplesmente que não queria porque é maricas. Acho que aquela vai ter traumas pelo menos para os próximos 10 minutos até porque terra estas coisas passam depressa. NEXT!!!!

O Glenn, depois do sucedido, deve ter tido um ataque de lucidez e virou-se para os membros da equipa dele. Basicamente, a fotografia que o Arun tirou é do Glenn na conversa com um mas a fotografia está tirada de tal maneira que parece que se estão a beijar. Lá perto estavam os gajos mas não fui capaz de ver. Desculpem lá mas havia coisas bem mais interessantes para fazer e ver aquele espectáculo não era uma delas certamente. Prometo que tentarei arranjar a foto para depois colocar neste mesmo artigo.

Deixem-me agora que vos mostre algumas das fotos da noite no meu próximo suplemento que se chama: “No Comments”, um pouco à imagem do que existe no canal de televisão Euronews.



Este gajo não perde uma oportunidade. É impressionante.

Guardei as melhores para o fim e o que vão ver agora é uma sequência que dedico ao camisola amarela da noite: o Glenn.




Por fim, assim que se sentou no taxi para irmos para casa... morreu!!!


Chegados a casa passou-se mais uma cena hilariante e bem demonstrativa das personagens com quem convivo. O Glenn aterrou no quintal e por lá ficou sentado no chão, uns minutos, até que desapareceu, presumivelmente para o seu quarto. O Craig, por seu lado, veio-me dizer o seguinte e passo a citar: “Pedro, estou demasiado bêbado para ter uma boa performance sexual agora lá em cima. Não te importas de ficar aqui um bocado a ver TV connosco para ver se melhoro?” Ingenuamente lá disse que sim e liguei a TV enquanto esperei que eles descessem. Passado uma hora nem vê-los. Passadas duas horas aparece o Craig na sala, de sorriso de orelha a orelha e dois copos de sumo na mão. Limitou-se a dizer até amanhã, não parou de sorrir, e lá foi ele. Ingenuamente ali fiquei eu a tentar não pensar muito no que se tinha passado.

Na manhã seguinte acordei com o Glenn a bater-me à porta do quarto a dizer que tinha uma enfermeira para me ver. Assustado, perguntei-lhe uma 10 vezes se ele ainda estava bêbado mas ele insistia com a ideia que estava uma enfermeira, num Sábado de manhã, lá em baixo, à porta, para me vir mudar o penso. Relutantemente lá me levantei e fui à porta ver se era verdade. Era. Efectivamente tinha uma enfermeira de seu nome Rebeca e de 32 anos (única informação que lhe saquei) pronta para me mudar o penso às 10h da manhã de Sábado depois de ter dormido escassas horas. Nada agradável. Este ritual veio a repetir-se Domingo mas desta vez a Rebeca já tinha 63 anos e já não se chamava Rebeca mas sim... qualquer coisa em Inglês que não me lembro.

Acho que o meu Sábado começou e acabou nesse mesmo momento até porque não me lembro de muito mais. Relativamente a Domingo vou só contar uma grande vergonha que passei graças a um jogo que introduzi aqui em casa e que muitos de vocês conhecem. Estou a falar naquele gesto, tipicamente surfista, que fazemos quando alguém arrota e que quem não o fizer leva uma “lambada” na testa. Quem não percebeu o teor do jogo, limite-se a arrotar neste mesmo momento e certamente que alguém nas redondezas lhe explica as regras.

No que é que me fui eu meter ao explicar as regras cá em casa. Não que seja frequentemente usada mas sempre foi um pretexto que tive para bater nestes gajos e ver se têm mais maneiras. Até Domingo achava que estava a resultar. Domingo mudei de ideias quando estava em Reading a almoçar com eles os 3 numa esplanada e subitamente a Kirstey solta um que veio bem lá dos confins, onde o sol não chega nem quer chegar, estende os dois braços ao mesmo tempo e deu um valente estaladão na testa, tanto em mim como no Craig. As pessoas das mesas ao pé da nossa até saltaram, não sei se do barulho da estalada, se do arrotaço que aquela miúda tinha acabado de dar, capaz de meter inveja a qualquer camionista decente. Pecou apenas porque no fim não os pôde coçar, mas mesmo assim tem potencial. Escusado será dizer que o que ela fez foi simplesmente começar uma guerra entre ela e o Craig. Parecia um festival de arrotos e estalos entre aqueles dois. As pessoas que estavam na mesa ao lado estavam estáticas a olhar para aquele bonito serviço. A diferença cultural não pode explicar tudo mas enfim…

Assim foi o meu fim-de-semana, pelo menos do que me lembro.

Vou descansar…

Thursday 8 March 2007

Olha a minha casa!

Aproveitei o primeiro dia de sol do ano nesta terra para tirar umas fotos ao exterior da minha casa. Apresento apenas fotos do exterior porque o interior ainda o tenho de descobrir no meio da confusão mas quando tiver essa tarefa cumprida tratarei de vos mostrar como isto é por dentro.


A nossa casa é uma vivenda geminada sendo que nesta primeira foto apenas as 3 janelas da esquerda nos pertencem. Podem reparar a entrada para a garagem do lado esquerdo com a coluna, coluna esta onde o maçarico do Craig bateu com o carro dele, enquanto fazia marcha-atrás um dia para estacionar o carro. A janela de baixo é a da sala, a que se encontra por cima desta pertence ao quarto do Craig e a janela do lado esquerdo é do quarto do Glenn. Esta proximidade gera constantemente problemas cá em casa. Ora porque o Andy vem cá ora porque o Craig traz cá para casa um elemento feminino, tal como vai acontecer amanhã. O problema, como os dois comentam, está na audibilidade do contacto deles com as respectivas visitas. Nem quero saber dos pormenores ou pormaiores.

Nesta segunda foto temos outra perspectiva da nossa casa. A janela de cima da direita é também ela do quarto do Glenn. Este caramelo teve de ficar com o quarto maior que por acaso até é suite. A janela que se vê ao fundo é a do meu quarto, mas pelo meio ainda tem outra janela, que por acaso não se vê, que é do quarto que está livre à vossa espera.


O principal, até porque é o único, centro lúdico desta terra está logo do outro lado da rua. Como podem ver pela foto, a distância de nossa casa é mínima. Aqui têm o “Sainbury’s”, o hiper mercado da zona. É aqui que compro toda a comida saudável que me aconselham. Ainda hoje a minha enfermeira deu-me o seguinte conselho: “Coma 3 peças de fruta por dia e arranje uma namorada!” Intrigado por tal conselho perguntei-lhe se não podia ser antes uma peça de fruta mais a namorada, visto que não me sinto capaz de aguentar com tanta fruta. Bem ou mal, acabei a comer 3 profiteroles.


O Glenn acabou de sair para o seu jogging mas não sem antes alongar aqui na sala à minha frente. Muito agradável. Tentava eu ver calmamente o meu “Futurama” e tive de gramar com este espectáculo. Está tudo doido...

Ah, back to the normal life!!!

Harry Potter mostra a "varinha"!

Aqui estou eu mais uma vez.

Hoje cheira-me que vou escrever sobre tudo mas que não se vai aproveitar nada. Estou inspirado para conseguir tal feito, imagem de marca de muitas personalidades da nossa sociedade. Cá vai disto.

Começo e acabo com um artigo do jornal “thelondonpaper” do dia 28 de Fevereiro de 2007. Não dissertei mais cedo sobre o mesmo porque nos entretantos me desloquei a Lisboa para sofrer a terceira intervenção, em apenas 7 meses, ao que vocês bem sabem. De certo que o artigo que se segue não é o mais indicado para falar depois do que mencionei mas vou arriscar.

Apresento uma foto para provar que o que escrevo é realmente o que estou a citar. Só para que se situem, este jornal é o jornal idêntico ao nosso “Destak” ou “Metro”, de tiragem igualmente gratuita. Passo a transcrever algumas das partes que fazem este artigo de interesse público aqui em Inglaterra. Meninas, segurem-se. O mágico vai finalmente mostrar a varinha!!!


“Daniel Radcliffe’s penis made its West End debut last night in the revival of Peter Shaffer’s erotic psychodrama, Equus. The debut made strange bedfellows of highbrow arts critics and hormonal teenage girls all a-tremble at the prospect of Harry Potter in the buff.” Traduzindo este bocadinho rapidamente: O pénis do rapaz teve estreia no “fim do Oeste” e, pelos vistos, foi motivo de atracção não só para miúdas de hormonas aos saltos.

Se acham que isto já é interessante agora fiquem a perceber um pouco mais sobre a peça de teatro. “Some fans – and their parents – were dismayed at his decision to take the role in Equus of a troubled teen with as erotic fixation for horses, even before he got his kit off.” Basicamente esta peça é sobre um rapaz que tem fetiches eróticos com cavalos. Sinceramente não vejo nada mais atractivo aí no mercado. Quem é que no seu devido juízo vai ver uma coisa destas? Estou mesmo a ver o artigo promocional para uma peça de teatro deste calibre:

“Não percam Daniel Radcliffe em mais uma interpretação poderosa, no qual representa uma criança com fetiches eróticos com cavalos, neste intenso drama de Peter Shaffer. Não está convencido? Então venha que o rapaz vai aparecer nu em palco pelo menos durante 5 minutos, o que dá mais que tempo para ajustar as lentes. Será dramático.”

Não quero tirar valor à peça de teatro porque até o pode ter mas notícias como estas tiram qualquer credibilidade ao que quer que seja. Parece que a peça vale pelo facto do “Harry Potter” aparecer nu. Fica a dúvida até porque não tenciono ir ver a peça. Será que esta peça teria o mesmo impacto se fosse por exemplo o D. Duarte a fazer o papel do Daniel Radcliffe? São questões como estas que devemos fazer quando pretendemos comercializar alguma coisa.

Tenho dito.

Meditemos…

Tuesday 6 March 2007

Fim-de-semana mericas!!!

Sei que isto já se passou há algum tempo mas sinto que o meu blog não seria o mesmo sem o primeiro texto que vos mandei, no passado dia 15 de Janeiro. Aqui ficam algumas partes do mesmo e quem sabe alguns acrescentos. Se ferir algumas susceptibilidades avisem-me e eu mando fotos!!!

(Back to the Past)

Bem, falemos do que vocês querem saber!!!

As primeiras palavras que vos escrevo são no Sábado de manhã depois de ter tido o primeiro contacto (esta expressão vai-me valer umas bocas!!! Dohp!!!!) com o casal gay!!! Um aparte, neste momento fiquei a gostar ainda mais do meu portátil novo já que a palavra gay nem sequer faz parte do dicionário!!! YEAH!!!! Open minded o tanas!!! Acabou o aparte.

Estava eu a contar…

Ontem, 6ª-feira, saí da Siemens pelas 16:40 em direcção à estação de comboio de Bracknell, onde teria transporte para casa pelas 17:20. Como alguns coitadinhos de vocês testemunharam, nesse dia estava especialmente nervoso e temerário. Eu até podia nem os ver aos dois mas só o facto de saber que tinha um casal gay a dormir em minha casa fez-me fazer uns quantos filmes, mentalmente, e diga-se que todos eles me incomodaram. Não vou entrar aqui em pormenores até porque poderia ferir algumas susceptibilidades e excitar outras!!! Quero todos ao mesmo nível!!!

Vocês querem acção mas eu nem por isso!!! Desculpem lá!!!

Bem, vou dar um salto temporal aqui. Já dei. Estou eu a chegar a casa quando o medo se instalou. O sangue por momentos parou de correr, simplesmente gelou!!! Os últimos 100m antes de chegar a casa foram penosos. Olhei para casa e vi que o carro do Glenn já estava estacionado e, mais assustador ainda, apenas uma divisão da casa tinha luz: o quarto da florzinha!!! Estou a falar a sério!!! Os filmes voltaram!!! Mãe!!! Não quero…

Medo!!! Muito medo…

Entrei em casa, bati a porta com uma força tal que alguns de vocês em Lisboa devem ter ouvido, gritei alarvemente: “I’m home!!!” e dirigi-me para o meu quarto a fazer o máximo barulho possível. Eles devem-se ter questionado se eu estava bêbado ou não tal a algazarra que fiz para mostrar que eu estava em casa e que eles já não estavam sozinhos. Essa era a mensagem que queria passar: eles não estavam sozinhos em casa. Acho que cagaram d’alto para isso.

Já estava há uns 20 minutos em casa quando comecei a ouvir alguém a descer as escadas. Camander!!! Era agora!!! Gostava de ter visto a minha cara quando os vi!!! Primeiro entrou o Glenn na sala e só depois o Andy. Cumprimentei o Andy com um aperto de mão à homem, forte e com a bela da palmada nas costas tipo: “tás bom ou não queres dizer?” O gajo não disse. Mericas.

Tivemos aquela conversa trivial de 3 pessoas “tipo conhecidas”, de saber se ele fez boa viagem, de ele me falar de aviões e eu de comboios. Não fazia puto de ideia do que estava a dizer. Olhava para eles e fazia filmes. Terror!!! Eu tinha acabado de o cumprimentar, o que teriam eles feito no quarto??? Lavaram as mãos??? Toda uma panóplia de questões que me assolaram!!! Todas elas retóricas até porque não queria obter respostas…

Começaram então a dizer-me que iam ter um jantar romântico no restaurante italiano de Wokingham, onde tínhamos estado os 3 habitantes desta casa a jantar há 1 mês. O Glenn a dizer que ia pedir o pão-de-alho que lhe tinha recomendado da outra vez e o palerma do Andy a sorrir feito mericas que é. Todos queridinhos um para o outro. Como é possível???

Bazaram!!! Voltei a respirar!!! Irra!!!

Passados uns minutos chegou o Craig e foi hilariante. O gajo entrou, gritou “Honey, I’m home!”, bateu também ele com a porta e eu gritei: “Eles bazaram!”. Estamos sozinhos amor… Porra que isto pega-se!!! A primeira pergunta que ele me fez foi: “Como é que é o Andy?” ao que eu respondi: “É gay!!! Não engana ninguém!!! Aquele nasceu e o pai deve-lhe ter oferecido uma raquete para jogar ténis e o gajo acho que tinha um daqueles bancos, típico de pubs, para nos sentarmos ao balcão.!!!” Acabei de ferir algumas susceptibilidades mas quem vos manda pensar que o assento era o lado do aro? Assim é bem provável que seja penoso… Ai essas mentes perversas!!!

Nessa noite tanto eu como o Craig fomos fazer uma cura de desintoxicação gay e fomos para a noite de Reading. Entrámos no primeiro pub e a primeira coisa que vejo são duas miúdas aos beijinhos, agarradinhas, a fazerem o relatório clínico uma da outra. Fiquei com o número delas mas isso não interessa!!!! Mas que terra vem a ser esta, hein??? Se não os podes vencer junta-te a eles??? Não pode ser a elas??? Aaahhh que depressivo que isto é!!! Nem a uns nem a outros mas de preferência que cada um esteja no seu cantinho e não chateie.

Eram 23:40 e estávamos a chegar a casa (como podem ver foi uma grande noite britânica…), já tínhamos luz na sala. Fingi que não acertava com a chave na fechadura para fazer muito barulho e eles parassem o que pudessem estar a fazer. Abri a porta e voltei a bater com uma força bruta, dizendo no fim: “estúpida corrente de ar!”. Como se houvesse corrente de ar…

Não sei se sabem mas aqui nesta casa temos uma regra gay, que eu não cumpro, que é a de não andarmos calçados dentro de casa porque o decorador se lembrou de pôr carpete beije pela casa toda, numa terra em que chove 360 dias por ano. Palhaço!!! Digo isto porque é um dado importante para o que vem a seguir. Entrei na sala e deparei-me com um cheiro nauseabundo. Tinha um animal morto na sala. Só podia. Nopes, tinha o casal descalço. Ora bolas que isto vai de mal a pior!!! Pelo que percebi só eu notei porque o escocês nem piou. Pudera, basta entrar no quarto dele para achar que os pés daqueles dois cheiram a água de rosas!!! É uma tortura quando vou para o quarto dele jogar Playstation. Sinto que a minha caixa torácica já cresceu um bocadinho de tanto suster a respiração. Os sacrifícios que um homem faz.

Escusado será dizer que estavam os dois a ver televisão e um programa tipicamente, hmmm, tipicamente não masculino certamente. Estavam a ver o Celebrity Big Brother Inglês até porque supostamente seria alguém expulso da casa ontem. Eu e o Craig chegámos e tentámos fazer um bocadinho de sala com eles, darmos uma de conhecidos simpáticos. Daqueles a quem pedimos lume durante a noite e depois nos esquecemos que não fumamos. Desses mesmo.

Desisti. O Craig perguntou-me se queria ir jogar Playstation. Venha ela. Quando me estava a dirigir para a porta da sala, já depois de lhes ter desejado uma boa noite mas MUITO CALMA, de preferência, não é que o pacóvio do Glenn me começa a cantar a música do “Heman”. Quem não se lembra destes desenhos animados? “Skeletor, I have the Sword!!!” A quantidade de vezes que não devo ter corrido pela casa fora, na minha inocente infância, a gritar palavras ofensivas ao Skeletor a dizer que lhe fazia isto e aquilo só porque tinha a espada do Heman. É, inclusivamente, muito provável que tenha partido alguma coisa em casa até porque sofro de uma dislexia crónica e as coisas têm tendência a partirem-se sozinhas na minha presença. É magia mãe!!! Achava eu que tinha tido uma infância feliz para vir a ouvir uma música que tanto me marcou, 18 anos depois, cantada por um mericas que adora cantar na minha casa-de-banho porque diz que faz um eco óptimo para cantar. Mas que vem a ser isto? Achava eu que tinha sido feliz em criança. É nessa fase que se constrói o carácter. Pai e mãe, tiveram sorte porque correram um enorme risco. O Glenn foi levado pelo lado negro da força. Estão a ver o perigo que é? Tenham mais atenção fachavori.

Hoje, Sábado, era previsto o Craig ir ao mecânico tratar do carro dele até porque bateu no outro dia. Não é que aquele maçarico me foi raspar o lado do carro dele num pilar a entrar para a nossa garagem? Que grande bronco. Liguei ao gajo para saber se já estava despachado até porque tinha de ir aos correios buscar uma carta que me tinha sido enviada e dava-me jeito uma boleia. Basicamente acordei o palhaço. Deixou-se dormir. Diz que não conseguiu dormir porque cada barulho que ouvia durante a noite imaginava aqueles dois pombinhos a tentarem procriar. Pobre coitado. O quarto dele é a 2 metros do quarto do Glenn mas digamos que as camas estão apenas separadas por uma parede pelo que deve ter sido assustador. Estava em estado de choque quando o vi hoje de manhã.

(Back to the Present)

Uma coisa vos digo: estamos os 3 a dar-nos bastante bem. É um pagode constante aquela casa. Vale a pena virem cá passar uns dias a casa porque têm diversão garantida, para todos os gostos e feitios. Espaço não falta para vos recebermos.

Em princípio vamos fazer uma mega party lá em casa em Abril. Estão todos convidados, até pelo que percebi junto dos meus “flat mates”, vai valer a pena.

Cá vos espero!!!
Esta última foto é apenas para os registos da Scotland Yard. Descobri o Power Ranger acabado de fugir!!! Sempre soube que a equipa não era muito unida mas quando soube que havia um desertor entre os míticos Power Rangers, não descansei enquanto não o descobrisse. Aqui está a prova provada. Ele anda aí! Defendam-se!!!


Power Ranger em fuga a 50mph (nem a mota nem a lei deixavam ir a mais):


E tudo começa aqui... no princípio!

Ganhei coragem!!! Tenho o meu próprio blog de carácter honesto mas muito pouco educativo. Por favor, proíbam os vossos pais de lerem qualquer linha que possa escrever aqui!!! Aliás, a vocês próprios recomendo-vos que não leiam nada!!! Boicotem esta página, para bem da vossa saúde mental.

Agora que vos cativei a lerem mais um pouco, até porque quanto mais se diz para não lerem mais vontade se tem de ler, vou começar com uma pequena introdução: Introdução. Mais pequeno que isto depois podiam não conseguir ler.

Pois bem, comecemos pelo princípio. Todos vocês sabem que neste momento sou um emigrante. Desde o dia 3 de Dezembro de 2006 que vivo em Inglaterra. Depois da experiência em França, agora que surge nova aventura mas desta vez em terras de Sua Majestade. Já sinto algumas mudanças genéticas pelo facto de ser emigrante. A pança, o bigode e a unhaca já fazem parte do meu quotidiano. Deixem-me que vos conte um pequeno à parte já que há umas semanas atrás fui a Londres, ao bairro dos cafés tugas, entrei num café com o objectivo de comer uma bola de Berlim e deparei-me com este bonito cenário: umas duas dezenas de tugas, 99% cumpriam a descrição que apresentei anteriormente, e um empregado a passear-se com um bolo de anos que era simplesmente o símbolo do Benfica com o escrito “Parabéns Carlos Jorge”!!! Maravilha!!! Esta história não tem nada a ver com o que quer que seja mas não resisti. Continua a representar-nos assim Carlos Jorge!!! Ainda pensei pintar um bigode no símbolo do Benfica mas algo me diz que alguém o vai fazer por mim e não por motivos lúdicos mas simplesmente porque o Carlos Jorge assim pediu. Passemos à frente.

Tudo me leva a crer que não me ficarei por aqui e daqui por 2 anos não me importaria de experimentar outro país mas cada coisa a seu tempo. Agora há que viver esta experiência.

Como alguns sabem, estou a viver numa terriola de seu nome Winnersh, que fica entre Reading e Londres. Esta terriola consegue ser mais deprimente que o tempo inglês. Tenho um Sainsbury’s (super mercado) e uma estação de comboio. Nada mais que isso. A terra é tão grande que eu tenho o meu quarto no extremo Norte da Terra, os outros quartos estão claramente a Sul e a cozinha bem no centro de Winnersh. Só para terem uma ideia, cada vez que quero levantar dinheiro tenho de andar uma hora e meia a pé para ir a uma cidade que se chama Wokingham, terra essa que tem o Multibanco mais próximo de mim. Acham que ando imenso? Nem por isso. Prefiro mendigar.

Agora que sabem onde estou, deixem-me que vos fale dos meus “room mates”. Como bem sabem, partilho casa com mais duas pessoas: um escocês de seu nome Craig e um inglês que se dá pelo nome de Glenn. Apesar das normais diferenças entre nós, digo-vos que tem sido uma agradável experiência. Agradável no sentido da aprendizagem constante que tenho tido, não no sentido que alguns de vocês já estão a pensar. Para quem não sabe, o Glenn é maricas assumido e tem namorado e tudo!!!! Se eu soubesse antes de ir para aquela casa admito que teria muitas dificuldades em aceitar morar com ele, mas hoje em dia digo-vos que até é bom já que ele trata de coisas que não tenho a mínima paciência de tratar, é um bom amigo (não mais que isto) e até é um bom contacto, se é que me entendem. Quando precisei de ir ao médico, disponibilizou-se logo de me levar lá e não saímos de lá enquanto não fosse atendido. Impecável. O outro é um lunático! A comer faz-me uma impressão tremenda. Faca para aquele rapaz deve ser para fazer de bibelot. Aquilo para a qual nós usamos a faca ele usa as mãos, qual primata na hora do seu repasto. Escusado será dizer que lavar as mãos a seguir “tá quieto”, lambe as mãos vigorosamente e fica com a sua higiene diária pronta até ao dia seguinte.

A seu tempo vou contar mais histórias das muitas peripécias que vou vivendo por aqui. Sei que já começo este blog um pouco tarde e muita coisa vai ficar por escrever mas certamente que ainda muita coisa vai acontecer…

Resta-vos esperar…
Há tanto por contar...

P.S.
Não tenham receio de comentar o que quer que seja. Até é bom que comentem porque senão eu deixo isto morrer…