Monday 9 April 2007

Jet-lag

Bem, eu fico tanto tempo sem vir aqui que cada vez que me concentro para escrever aquilo que inicialmente seriam apenas umas curtas palavras, acabam num verdadeiro testamento. A ver vamos o que vai sair daqui.

Antes de mais convém dizer que este blog sofre de um mal tremendo: jet-lag. Algumas das vezes este jet-lag mencionado advém de uma moleza que me ataca com alguma frequência mas, ultimamente, surge muito por força do pouco tempo que vou tendo, ora por motivos profissionais ora por motivos mais lúdicos mas deixemo-nos de trivialidades.

Bem, nem sei por onde começar até porque para este texto não há um princípio nem um fim lógico.

Vou espreitar os retratos que tirei com o meu telemóvel e tentar começar alguma coisa com lógica a partir daí.

Acabei de ver os últimos que tirei e sinceramente perdi toda e qualquer imaginação. Deixem-me que vos conte o que me aconteceu a última vez que fui a Durham em trabalho. Para quem não conhece, Durham é uma cidade no Nordeste de Inglaterra, perto de Newcastle, onde, curiosamente, filmam os filmes do Harry Potter. Como já mencionei anteriormente, os filmes são feitos a Norte mas se é a varinha do Harry que querem ver, então dirijam-se a Londres porque está em exibição.

Aqui fica uma fotografia de Durham para ficarem a conhecer um dos muitos sítios onde eu costumo ir... em trabalho.


Bem, como estava a dizer, fui a Durham, em trabalho, por 3 dias, ficando hospedado no Marriott, num quarto com vista para o rio. Não percebo porque é que os quartos “singles” têm todos uma cama onde cabe toda uma família Brasileira sem televisão em casa. Não percebo quer-se dizer. Depois de ter ido jantar a Newcastle e ter visto o tamanho médio de um inglês nativo daquela zona do país, percebi que aquelas camas são mesmo só para uma pessoa e com um pouco de sorte, tal o tamanho deles e delas, ainda conseguem ter os dois braços em cima da cama ao mesmo tempo, isto claro se tiverem alguma destreza física.


Numa das muitas formações que tive até agora, fiquei com o contacto de um gajo de Newcaslte. O nome da personagem é questão é Thomas pelo que agora que já foram apresentados vou passar a trata-lo pelo nome próprio. A primeira imagem que tive dele, na formação, é a de que ali faltavam bastantes parafusos. Confirmei a teoria como vão perceber.

Trocámos algumas mensagens durante o dia, quais amigos que não somos, e ficou combinado que ele ia ter ao meu hotel para depois de lá irmos comer alguma coisa. Quando o gajo chegou a primeira coisa que me disse foi algo parecido com o seguinte: “Pedro, esqueci-me da carteira em casa pelo que temos de ir a Newcastle, se não te importares!”. Quem sou eu para me importar. Lá seguimos para Newcastle.

Se eu achava que o meu quarto era impossível de descobrir no meio da confusão, a casa dele deixou-me incrivelmente satisfeito com a minha capacidade de arrumação mas extremamente insatisfeito com a minha capacidade de desarrumação. Tenho de melhorar esta última. Só para terem uma ideia, eles têm dois colchões à porta de casa que, segundo o Thomas, são para quem estiver muito bêbado para abrir a porta se estender logo ali. Ele partilha a casa com mais 4 pessoas pelo que para chegarmos ao quarto dele tivemos de subir ao terceiro andar. O quarto dele é perfeitamente indescritível tal a confusão. Saí de lá a acreditar que o armário devia estar possuído tal a quantidade de roupa que estava no chão. Senti nas paredes uma redenção perante o facto de se estar a criar uma camada espessa de musgo já para o presépio do próximo Natal. Enfim, uma casa típica de quem vive fora do conforto dos pais. Ai o que eu sei o que isso é…

Finalmente estávamos os dois financeiramente aptos a consumir alguma coisa pelo que nos dirigimos a um restaurante, aconselhado por ele, onde pagávamos £10, aproximadamente 15€, e comíamos o que quiséssemos de comida chinesa. A obesidade de todas as pessoas que se encontravam dentro do restaurante surpreendeu-me. As cadeiras das diversas mesas encontravam-se distanciadas entre elas, em média, talvez perto de 1 metro e meio mas não o suficiente para levar uma quantidade infindável de encontrões de pessoas a tentarem passar, nesse curto espaço que separava as cadeiras, para se dirigirem à zona onde nos servíamos do que quiséssemos. Triste caminho aquele que nos leva à tentação da gula.

Eu comi e repeti enquanto que o Thomas comeu, repetiu, repetiu, repetiu e repetiu. Só para terem uma ideia de uma das muitas “actividades” oferecidas naquele restaurante, que sei que alguns de vocês ficariam seriamente tentados, era uma cascata de chocolate, com uns pratos cheios de mashmellows ao lado. Bastava espetar um mashmellow com um garfo, mergulha-lo na cascata e comer. Não cheguei a experimentar tal a fila de obesos até chegar à cascata mas pareceu-me interessante.

Finalizado o jantar, pelas 19h da tarde, começámos o “rallie pubs”. Segundo o Thomas, Newcastle é uma cidade que tem movimento todas as noites, até mesmo à segunda-feira. Azar do caraças, falhei na segunda-feira porque conto com os dedos de 14 mãos as pessoas que vi a noite toda. Deixem-me que vos conte apenas um episódio curioso no primeiro pub em que entrámos até porque vi algo que não esperava ver e que não estava de todo interessado em ver. Estávamos os dois sentados a beber cada um a sua pint, como não podia deixar de ser, e tínhamos 2 casais na mesa ao nosso lado. Um dos membros masculinos falava de uma maneira muito pouco agradável com a respectiva “dama” mas o sotaque era tão forte que não percebia nada do que eles diziam um ao outro até que ele se levanta, baixa as calças e… não vale a pena dizer muito mais. Estou a falar verdade, até porque a pint ainda ia no início pelo que vi bem, infelizmente. Eles andem aí!!! Porcaria de país!!!

Voltei para o hotel via comboio, viagem que acabei por não pagar. Ora bolas.

No dia seguinte fui trabalhar como qualquer ser responsável e fui convidado por duas coleguinhas para ir jantar com elas. Estou a falar de duas colegas que trabalham directamente para o meu boss e sabem que ando sempre sozinho nas muitas viagens que faço pelo que foram extremamente simpáticas pelo convite que aceitei prontamente. Qualquer um de vocês, incluindo a minha mãe, já estão a fazer filmes mentais de qualidade duvidosa pelo que vos digo para não o fazerem. Elas, como qualquer pessoa da minha equipa de trabalho, são divorciadas e bem acima dos 38 anos. A mais nova acho que tem 39 anos. Não há ninguém na minha equipa de trabalho, homens ou mulheres, que não seja divorciado. Relativamente a isso já falei aqui diversas vezes sobre a minha teoria para tal estatística pouco agradável mas de certo não estão interessados em ler sobre isso.

Mais uma vez, o ponto de encontro foi o meu hotel. Encontrei-me lá com elas e seguimos para o primeiro pub. Elas não brincam em serviço. Primeiro copo e primeiro momento lúdico. Qual a probabilidade de entrar num pub numa cidade como Durham, estarem 4 pessoas lá dentro e uma delas se chamar Pedro? Pois bem, efectivamente estava lá um Pedro. Este Pedro era de descendência Mexicana, daí o nome, e talvez explique o porquê da ausência de parafusos naquela moleirinha. Desculpem-me os Mexicanos que estão a ler este blog neste momento e sei que são bastantes.

Na mesa ao lado da nossa estava o dito Pedro com mais dois gajos, o barman e o batman. O barman agarrou o telemóvel do Pedro e atirou-o umas quantas vezes ao chão de propósito. Crianças. O Pedro, perante tal facto e depois de ter visto a nossa cara achou por bem explicar o que se estava a passar. É aqui que vão perceber o nível intelectual das pessoas com quem tenho privado ultimamente. O Pedro explica que tem um daqueles telemóveis que são anunciados como sendo indestrutíveis e que um dia, já com uns copos a mais, resolveu testar a sua resistência e achou que não havia nada melhor que lançar o telemóvel do alto do castelo de Durham. Pois bem, como resultado do teste por si efectuado, o telemóvel acabou rachado. Acham que a parvoíce acabou aí? Nem pensar. Aquele génio achou que aquela racha era “curável” e para tal agarrou no isqueiro e queimou o telemóvel numa tentativa de fechar a racha, qual feiticeiro. Conseguem imaginar o orgulho com que ele contava aquela história? Resultado: telemóvel rachado e queimado.

Seguimos para um restaurante italiano onde tivemos um agradável repasto e voltámos para mais um pub antes de elas se irem embora e eu dirigir-me para o meu hotel.

Assim foram os meus 3 dias de intenso trabalho e alguns momentos de puro lazer. Como podem ver aqui a vida é bem difícil.

Estou certo que terei mais motivos para escrever até porque tenho aqui umas quantas fotografias que de certo todos vocês anseiam por ver mas por enquanto fico-me por aqui até porque estou cansado e a minha vida não é isto, nem a vossa.

Até breve, seja lá onde isso for.

4 comments:

Anonymous said...

que alívio, quando começaste a falar no caso do Thomas, e de ele t ter levado lápara casa dele, achei que ele te tinha atirado para o colchão da entrada e demonstrado as suas capacidades escondidas...
Quanto às divorciadas, cuidadinho... elas gostam é de carne tenrinha...

Anonymous said...

BEM... essa história de atirar o telemix e queimá-lo para arranjar a "racha" é um ESPECTAAAAAAAAACULO!!! Olha que acho que nem eu pensava em fazer uma coisa dessas!! ahaha!! e sou capaz de coisas bem parvas!! ahahahah!! Muitos beijinhos!! Ah... o que é que aconteceu quando o homem baixou as calças?????? Tantas hipóteses a paira-me na cabeça...agradecia que fosse mais explícito! pois que assim a malta não percebe! :P ahah!

Peter!!! said...

O que tu queres sei eu o que é!!! Batatas e arroz não combina!! Diz que faz mal à saúde!!!

Anonymous said...

Olha que essa de testar o telemóvel não me é muito estranha... eu própria já passei uma noite a atirar o meu telemóvel ao chão e, como ele resistiu sempre, até para a linha do comboio o atirei! Tive sorte do comboio não se ter lembrado de passar nessa altura, porque acho que nem com um isqueiro o ia arranjar! Mas fui a Vodafone no dia a seguir e disse que não sabia o que tinha acontecido para ele não funcionar assim de repente.Claro que mo arranjaram e ficou como novo, pronto para mais testes! ihih! Beijinhos!