Wednesday 18 April 2007

Olhó passarinho!!!

Hoje tenho para vocês uma sessão fotográfica para melhor ficarem a conhecer as personagens com quem convivo nesta casa, entre outras coisas sem qualquer tipo de interesse intelectual.

Os comentários deixo para vocês até porque já nem sei que diga relativamente às personagens em questão. Acredito que as imagens falarão por si.

Vamos a isto então:

Começo com duas fotos que todos vocês aguardavam há já muito tempo e como o prometido é de vidro aqui estou eu a partilhar não vá acabar por quebrar e depois diz que é chato.

Aqui têm o Glenn com o famoso Andy.

Eu não vou comentar mas no dia em que tirei esta fotografia acabei a jantar com eles (só nós os 3) num restaurante em Reading. Senti-me um candelabro de luxo. As conversas deles eram simplesmente divinais mas dado que tenho sido criticado pelos testamentos que aqui publico, vou-me abster de dizer o teor das conversas dos "pombinhos". Toma toma!!!

Passemos ao próximo casal cá da casa. Venha o Diabo e escolha. Só para terem uma ideia, acabei por passar a Páscoa com as próximas duas personagens que vão ver já a seguir e digo-vos apenas o seguinte: estes gajos fazem uma algazarra que não vos passa pela cabeça; em 4 dias que aqui estivemos só os 3, acho que os devo ter visto umas duas horas, tirando a noite em que tirámos estas fotografias já que no resto do tempo estavam fechados no quarto do Craig. Nem vou comentar mas digo-vos que foi uma Páscoa diferente do habitual. Muito pouco católica.


Esta fotografia foi tirada no comboio a caminho de Reading onde fomos saír os 3 (lá fui candelabro mais uma vez) para uma "disco night" que só tocava música dessa bonita década de 80. Estas personagens lembraram-se de se mascararem para ir a uma discoteca. Vejam o estado em que eles entraram no "Reflex", nome da discoteca em causa. Conseguem imaginar a minha cara a entrar com estes dois nestas figuras? Vejam a próxima fotografia e tirem as vossas conclusões.

Pois bem, nem preciso comentar, certo? Agradecido.

Enquanto tivemos dentro da discoteca estes dois descarregaram uma máquina fotográfica descartável. Garanto-vos que as 36 fotografias que eles tiraram bem que podiam ir directas para o lixo tal a qualidade das mesmas mas mesmo assim tenho aqui uma para vos mostrar, apenas para vos provar o porquê de cada vez que vamos saír à noite o pobre do Craig ter que mostrar a identificação porque toda a gente acha que ele é menor. Desde que não achem que sou o pai é na boa. Vejam bem a cara de adulto dele.


Como podem perceber por este retrato, o meu cabelo está mais curto do que o normal. Foi uma decisão difícil e foi preciso muita pesquisa para finalmente decidir-me pelo penteado elaboradíssimo que acabei por fazer (máquina 3). Quero agradecer a ajuda que tive na minha decisão a um indivíduo que se sentou à minha frente numa viagem que fiz entre Glasgow e Londres. Sem ele ainda hoje estaria com dúvidas. Eu bem que tentei ler ou ver a paisagem durante a viagem mas com este gajo sentado à minha frente garanto-vos que foi impossível. Tive os 50 minutos da viagem a admirar tamanha obra de arte. Estou certo que alguns de vós vão seguir este exemplo.

Maravilha!!!

Mudemos um pouco de assunto mas mantenhamos a vertente fotográfica deste artigo. No passado Sábado acordei, cuidei da minha higiene pessoal, e segui para o andar inferior da casa para ver dos meus amigos. O Glenn estava neste estado na sala:


O que vale é que vivo com uns valentes artistas. Enquanto o Glenn estava agarrado à vida, o Craig estava sentado à porta de nossa casa a apanhar sol qual saloio. Nós que temos um valente quintal, que por acaso até apanha sol, mas este valente "Barnabé" achou que devia estar à porta a ver os carros passarem. Pedi-lhe, por alguns momentos, autorização para me sentar no posto de vigia e aqui estou eu a "saloiar" perante a comunidade de Winnersh.


Por falar em Craig, no outro dia achei por bem lavar os panos da cozinha. Passados 3 meses achei que tinha chegado a hora certa. Lavei-os e orgulhoso de mim mostrei-os aqui em casa para nos voltarmos a lembrar das duas cores originais. Contudo foi sol de pouca dura. O Craig nesse dia resolveu fazer uma das suas massas maravilha e aqui vos deixo o estado em que os panos ficaram depois daquele menino ter passado 30 minutos na cozinha.

Não sei se dá para perceber a real labreguice que mergulhou nos tecidos destes panos mas foi tudo muito rápido. Não tive tempo para os salvar. Daqui a 3 meses há mais.

Aqui fica uma sintese do que tem sido a minha vida, parca em aventuras e em novas experiências. Foi para isto que quis saír de Portugal...

Por falar em ter saído de Portugal e antes que me esqueça. Parece que a "Lei Bosman"* já chegou às camadas ainda mais jovens e quem não tiver contrato assinado está livre de trocar de filhos a seu belo prazer. Eu descobri o sítio onde o mercado atinge o seu auge. Não me deixaram tirar uma fotografia no interior do estabelecimento mas fica aqui a prova da sua existência.


Estou aqui estou ali!!!


* "Lei Bosman" foi uma lei que surgiu depois de um palerma de um jogador Belga ter achado que depois do contrato de trabalho terminar, entre um jogador da bola e o respectivo clube, os jogadores deviam ser livres para escolher qual o rumo que queriam para a sua carreira. Este tal de Bosman seguiu a carreira preferida dos Funcionários Públicos: Aposentado.

Tuesday 17 April 2007

"Farinha Amparo" faz das suas...

Perdoem-me as mentes mais susceptíveis mas hoje vou ser lamechas porque o orgulho assim me obriga. Este texto dedico aos meus queridos pais, de quem tenho um enorme orgulho. Espero que a lição que eles me deram vos sirva também de aprendizagem.

Para quem não sabe, a minha mãe, por este ou por aquele motivo, não tinha a carta de condução mas com a bonita idade de quem nasceu no milénio passado teve a coragem suficiente para “mover uma montanha” e fez-se à estrada.

É com muito orgulho que vos comunico que, a partir de hoje, a “Farinha Amparo” tem mais uma felizarda. A minha mãe tem carta de condução. É oficial.

Para todos os reformados mentais que por acaso leram este blog que esta força mental vos sirva de exemplo, até porque a idade não serve de desculpa para nada, apesar de ser usada inúmeras vezes como justificação para a inércia mental e física que ataca precocemente muito boa gente.

Não digo que fosse um “parto” fácil de concretizar mas o sucesso está à vista. As estradas portuguesas têm mais uma condutora e é com muita felicidade que vos comunico isto de Inglaterra, se é que me entendem.

Obviamente que sem o apoio familiar, principalmente o do meu pai, as dificuldades teriam sido ainda maiores mas é por estas e por outras que a malta lá em casa se dá bem… quando calha.

Deixem apenas que vos conte como recebi a notícia aqui em Inglaterra. Estava eu nas minhas múltiplas viagens de comboio – hoje foram mais 5 horas – quando recebi uma mensagem do meu pai a dizer, e passo a citar: “Temos condutora!”. Sorri feito tontinho, em plena estação de Waterloo. Estava orgulhoso com o que tinha abado de ler. Tentei ligar mas em vão até porque telemóvel com bateria é coisa rara naquele mundo que é a mala da minha mãe. Chegado a casa o meu telefone toca e era a dita cuja, ainda com o coração nas mãos, vergada perante os nervos que a foram consumindo ao longo do dia como pavio a arder em lume brando. Estava tão feliz que me deixou mais uma vez com sorriso nos lábios. Contou-me o exame todo. Entre outras coisas sem qualquer interesse, disse-me que foi à quinta velocidade, essa emoção suprema na arte de conduzir. Parabéns mãe.

Deixei-os ir comemorar este grande dia e aqui estou eu a partilhar com o mundo o quanto estou feliz.

Estou certo que não ficarão por aqui pelo que aguardarei novos feitos. A pressão aumenta mas também terei os meus.

Queiram ter a liberdade, mesmo que não a conheçam, de deixar aqui um comentário para a minha mãe que estou certo gostará bastante. Quem quiser ligar lá para casa está de todo à vontade, mas se for para falar comigo eu não estou.

Por aqui me fico mas prometo voltar em breve com muitas novidades até porque como diriam alguns de vocês: “A minha vida dava um livro de qualidade mediana mas capaz de vender uns quantos exemplares. Uns 22 ou 345”!


P.S.
Por saber a velocidade a que corre um boato na Santa Terrinha, bem mais rápido que a velocidade da luz, aqui vos digo: O Júlio é meu e está, por minha autorização, emprestado à minha mãe. Nem mais!!!

Tuesday 10 April 2007

Cultura Chinesa

Isto até parece que saiu a sorte grande. Estou a escrever outra vez.

Estou apenas a cometer este acto de pura insanidade mental depois de ter recebido um link que o meu amigo Glenn me mandou. Caso não saibam, no próximo dia 5 de Agosto está previsto eu aterrar na cidade de Shanghai e acho simpático o Glenn ter-me mandado este artigo relacionado com aquela bonita cultura.

Se dúvidas existissem, depois de tomarem conhecimento do que ele me mandou, podem ter a certeza que essas dúvidas viram certezas: nesta casa, ninguém funciona com o baralho todo.

O artigo, tirado do site da BBC tem o seguinte título: “Beijing’s penis emporium”. Assim que abri o link vi logo que coisa boa não podia vir dali, mas de algum modo não me surpreendeu o conteúdo, vindo de quem vinha.

Perdoem-me as pessoas que vão ler este artigo e que não saibam inglês o suficiente para perceberem o conteúdo do mesmo mas, para vocês, digo simplesmente o seguinte: sortudos.

Vou passar a copiar o artigo, publicado a 23 de Setembro de 2006 no site da BBC news. Mentes mais susceptíveis queiram ir ver o canal Panda enquanto eu não escrevo mais nada, isto claro se não tiverem nada mais interessante para fazer.

There are many thousands of Chinese restaurants around in the UK and everyone has their favourite dish, but only in China itself do chefs specialise in a range of slightly more unusual delicacies.

The dish in front of me is grey and shiny.
"Russian dog," says my waitress Nancy.
"Big dog," I reply.
"Yes," she says. "Big dog's penis..."
We are in a cosy restaurant in a dark street in Beijing but my appetite seems to have gone for a stroll outside.
Nancy has brought out a whole selection of delicacies.
They are draped awkwardly across a huge platter, with a crocodile carved out of a carrot as the centrepiece.
Nestling beside the dog's penis are its clammy testicles, and beside that a giant salami-shaped object.
"Donkey," says Nancy. "Good for the skin..."
She guides me round the penis platter.
"Snake. Very potent. They have two penises each." (ai se o Glenn sabe...)
I did not know that. (nem eu...)

Deer-blood cocktail

"Sheep... horse... ox... seal - excellent for the circulation."
She points to three dark, shrivelled lumps which look like liquorice allsorts - a special treat apparently - reindeer, from Manchuria.
The Guolizhuang restaurant claims to be China's only speciality penis emporium, and no, it is not a joke.
The atmosphere is more exotic spa than boozy night-out.
Nancy describes herself as a nutritionist.
"We don't call them waiters here. And we don't serve much alcohol," she says. "Only common people come here to get drunk and laugh."
But she does offer me a deer-blood and vodka cocktail, which I decide to skip.

Medicinal purposes

The chinese believe that eating penis can enhance your virility


The restaurant's gristly menu was dreamt up by a man called Mr Guo.
He is 81 now and retired.
After fleeing China's civil war back in 1949, he moved to Taiwan, and then to Atlanta, Georgia, where he began to look deeper into traditional Chinese medicine, and experiment on the appendages of man's best friend.
Apparently, they are low in cholesterol and good, not just for boosting the male sex drive, but for treating all sorts of ailments.
Laughter trickles through the walls of our dining room.
"Government officials," says Nancy. "Two of them upstairs. They're having the penis hotpot."
Most of the restaurant's guests are either wealthy businessmen or government bureaucrats who, as Nancy puts it, have been brought here by people who want their help.
What better way to secure a contract than over a steaming penis fondue. (Ainda bem que não trabalho num departamento de vendas)
Discretion is assured as all the tables are in private rooms.
The glitziest one has gold dishes.
"Some like their food served raw," says Nancy, "like sushi. But we can cook it anyway you like." (Digam-me que não li isto!!!!)

Rare order

"Not long ago, a particularly rich real estate mogul came in with four friends. All men. Women don't come here so often, and they shouldn't eat testicles," says Nancy solemnly.
The men spent $5,700 (£3,000) on a particularly rare dish, something that needed to be ordered months in advance.
"Tiger penis," says Nancy.
The illegal trade in tiger parts is a big problem in China.
Campaigners say the species is being driven towards extinction because of its popularity as a source of traditional medicine.
I mention this, delicately, to Nancy, but she insists that all her tiger supplies come from animals that have died of old age.
"Anyway, we only have one or two orders a year," she says.
"So what does it taste like?" I ask.
"Oh, the same as all the others," she says blithely.
And does it have any particular potency? "No. People just like to order tiger to show off how much money they have."
Welcome to the People's Republic of China - tigers beware.

Sliced and pickled

"Oh yes," she adds, "the same group also ate an aborted reindeer foetus.
"That is very good for your skin. And here it is..."
Another "nutritionist" walks in bearing something small and red wrapped in cling film.
My appetite is heading for the airport.
Still, I think, it would be rude not to try something.
I am normally OK about this sort of thing. I have had fried cockroaches and sheep's eyes, so...
There is a small bowl of sliced and pickled ox penis on the table.
I pick up a piece with my chopsticks and start to chew. It is cold and bland and rubbery.
Nancy gives me a matronly smile.
"This one," she says, "should be eaten every day."
From Our Own Correspondent was broadcast on Saturday, 23 September, 2006 at 1130 BST on BBC Radio 4.”

Pois bem, que posso eu dizer depois disto? Deixo para vocês qualquer comentário a este artigo pelo que tenham a liberdade de o fazer.

Acho apenas curioso, ou talvez não, que com tanta coisa para falar sobre a cultura Chinesa aquele gajo se tenha lembrado de me mandar um artigo a dizer que os chineses comem pénis de animais porque acham que isso aumenta a virilidade deles, entre outras coisas menos palpáveis. Este gajo deve-se achar muito viril. Pffff!!!

Ele há cada um...

Monday 9 April 2007

Jet-lag

Bem, eu fico tanto tempo sem vir aqui que cada vez que me concentro para escrever aquilo que inicialmente seriam apenas umas curtas palavras, acabam num verdadeiro testamento. A ver vamos o que vai sair daqui.

Antes de mais convém dizer que este blog sofre de um mal tremendo: jet-lag. Algumas das vezes este jet-lag mencionado advém de uma moleza que me ataca com alguma frequência mas, ultimamente, surge muito por força do pouco tempo que vou tendo, ora por motivos profissionais ora por motivos mais lúdicos mas deixemo-nos de trivialidades.

Bem, nem sei por onde começar até porque para este texto não há um princípio nem um fim lógico.

Vou espreitar os retratos que tirei com o meu telemóvel e tentar começar alguma coisa com lógica a partir daí.

Acabei de ver os últimos que tirei e sinceramente perdi toda e qualquer imaginação. Deixem-me que vos conte o que me aconteceu a última vez que fui a Durham em trabalho. Para quem não conhece, Durham é uma cidade no Nordeste de Inglaterra, perto de Newcastle, onde, curiosamente, filmam os filmes do Harry Potter. Como já mencionei anteriormente, os filmes são feitos a Norte mas se é a varinha do Harry que querem ver, então dirijam-se a Londres porque está em exibição.

Aqui fica uma fotografia de Durham para ficarem a conhecer um dos muitos sítios onde eu costumo ir... em trabalho.


Bem, como estava a dizer, fui a Durham, em trabalho, por 3 dias, ficando hospedado no Marriott, num quarto com vista para o rio. Não percebo porque é que os quartos “singles” têm todos uma cama onde cabe toda uma família Brasileira sem televisão em casa. Não percebo quer-se dizer. Depois de ter ido jantar a Newcastle e ter visto o tamanho médio de um inglês nativo daquela zona do país, percebi que aquelas camas são mesmo só para uma pessoa e com um pouco de sorte, tal o tamanho deles e delas, ainda conseguem ter os dois braços em cima da cama ao mesmo tempo, isto claro se tiverem alguma destreza física.


Numa das muitas formações que tive até agora, fiquei com o contacto de um gajo de Newcaslte. O nome da personagem é questão é Thomas pelo que agora que já foram apresentados vou passar a trata-lo pelo nome próprio. A primeira imagem que tive dele, na formação, é a de que ali faltavam bastantes parafusos. Confirmei a teoria como vão perceber.

Trocámos algumas mensagens durante o dia, quais amigos que não somos, e ficou combinado que ele ia ter ao meu hotel para depois de lá irmos comer alguma coisa. Quando o gajo chegou a primeira coisa que me disse foi algo parecido com o seguinte: “Pedro, esqueci-me da carteira em casa pelo que temos de ir a Newcastle, se não te importares!”. Quem sou eu para me importar. Lá seguimos para Newcastle.

Se eu achava que o meu quarto era impossível de descobrir no meio da confusão, a casa dele deixou-me incrivelmente satisfeito com a minha capacidade de arrumação mas extremamente insatisfeito com a minha capacidade de desarrumação. Tenho de melhorar esta última. Só para terem uma ideia, eles têm dois colchões à porta de casa que, segundo o Thomas, são para quem estiver muito bêbado para abrir a porta se estender logo ali. Ele partilha a casa com mais 4 pessoas pelo que para chegarmos ao quarto dele tivemos de subir ao terceiro andar. O quarto dele é perfeitamente indescritível tal a confusão. Saí de lá a acreditar que o armário devia estar possuído tal a quantidade de roupa que estava no chão. Senti nas paredes uma redenção perante o facto de se estar a criar uma camada espessa de musgo já para o presépio do próximo Natal. Enfim, uma casa típica de quem vive fora do conforto dos pais. Ai o que eu sei o que isso é…

Finalmente estávamos os dois financeiramente aptos a consumir alguma coisa pelo que nos dirigimos a um restaurante, aconselhado por ele, onde pagávamos £10, aproximadamente 15€, e comíamos o que quiséssemos de comida chinesa. A obesidade de todas as pessoas que se encontravam dentro do restaurante surpreendeu-me. As cadeiras das diversas mesas encontravam-se distanciadas entre elas, em média, talvez perto de 1 metro e meio mas não o suficiente para levar uma quantidade infindável de encontrões de pessoas a tentarem passar, nesse curto espaço que separava as cadeiras, para se dirigirem à zona onde nos servíamos do que quiséssemos. Triste caminho aquele que nos leva à tentação da gula.

Eu comi e repeti enquanto que o Thomas comeu, repetiu, repetiu, repetiu e repetiu. Só para terem uma ideia de uma das muitas “actividades” oferecidas naquele restaurante, que sei que alguns de vocês ficariam seriamente tentados, era uma cascata de chocolate, com uns pratos cheios de mashmellows ao lado. Bastava espetar um mashmellow com um garfo, mergulha-lo na cascata e comer. Não cheguei a experimentar tal a fila de obesos até chegar à cascata mas pareceu-me interessante.

Finalizado o jantar, pelas 19h da tarde, começámos o “rallie pubs”. Segundo o Thomas, Newcastle é uma cidade que tem movimento todas as noites, até mesmo à segunda-feira. Azar do caraças, falhei na segunda-feira porque conto com os dedos de 14 mãos as pessoas que vi a noite toda. Deixem-me que vos conte apenas um episódio curioso no primeiro pub em que entrámos até porque vi algo que não esperava ver e que não estava de todo interessado em ver. Estávamos os dois sentados a beber cada um a sua pint, como não podia deixar de ser, e tínhamos 2 casais na mesa ao nosso lado. Um dos membros masculinos falava de uma maneira muito pouco agradável com a respectiva “dama” mas o sotaque era tão forte que não percebia nada do que eles diziam um ao outro até que ele se levanta, baixa as calças e… não vale a pena dizer muito mais. Estou a falar verdade, até porque a pint ainda ia no início pelo que vi bem, infelizmente. Eles andem aí!!! Porcaria de país!!!

Voltei para o hotel via comboio, viagem que acabei por não pagar. Ora bolas.

No dia seguinte fui trabalhar como qualquer ser responsável e fui convidado por duas coleguinhas para ir jantar com elas. Estou a falar de duas colegas que trabalham directamente para o meu boss e sabem que ando sempre sozinho nas muitas viagens que faço pelo que foram extremamente simpáticas pelo convite que aceitei prontamente. Qualquer um de vocês, incluindo a minha mãe, já estão a fazer filmes mentais de qualidade duvidosa pelo que vos digo para não o fazerem. Elas, como qualquer pessoa da minha equipa de trabalho, são divorciadas e bem acima dos 38 anos. A mais nova acho que tem 39 anos. Não há ninguém na minha equipa de trabalho, homens ou mulheres, que não seja divorciado. Relativamente a isso já falei aqui diversas vezes sobre a minha teoria para tal estatística pouco agradável mas de certo não estão interessados em ler sobre isso.

Mais uma vez, o ponto de encontro foi o meu hotel. Encontrei-me lá com elas e seguimos para o primeiro pub. Elas não brincam em serviço. Primeiro copo e primeiro momento lúdico. Qual a probabilidade de entrar num pub numa cidade como Durham, estarem 4 pessoas lá dentro e uma delas se chamar Pedro? Pois bem, efectivamente estava lá um Pedro. Este Pedro era de descendência Mexicana, daí o nome, e talvez explique o porquê da ausência de parafusos naquela moleirinha. Desculpem-me os Mexicanos que estão a ler este blog neste momento e sei que são bastantes.

Na mesa ao lado da nossa estava o dito Pedro com mais dois gajos, o barman e o batman. O barman agarrou o telemóvel do Pedro e atirou-o umas quantas vezes ao chão de propósito. Crianças. O Pedro, perante tal facto e depois de ter visto a nossa cara achou por bem explicar o que se estava a passar. É aqui que vão perceber o nível intelectual das pessoas com quem tenho privado ultimamente. O Pedro explica que tem um daqueles telemóveis que são anunciados como sendo indestrutíveis e que um dia, já com uns copos a mais, resolveu testar a sua resistência e achou que não havia nada melhor que lançar o telemóvel do alto do castelo de Durham. Pois bem, como resultado do teste por si efectuado, o telemóvel acabou rachado. Acham que a parvoíce acabou aí? Nem pensar. Aquele génio achou que aquela racha era “curável” e para tal agarrou no isqueiro e queimou o telemóvel numa tentativa de fechar a racha, qual feiticeiro. Conseguem imaginar o orgulho com que ele contava aquela história? Resultado: telemóvel rachado e queimado.

Seguimos para um restaurante italiano onde tivemos um agradável repasto e voltámos para mais um pub antes de elas se irem embora e eu dirigir-me para o meu hotel.

Assim foram os meus 3 dias de intenso trabalho e alguns momentos de puro lazer. Como podem ver aqui a vida é bem difícil.

Estou certo que terei mais motivos para escrever até porque tenho aqui umas quantas fotografias que de certo todos vocês anseiam por ver mas por enquanto fico-me por aqui até porque estou cansado e a minha vida não é isto, nem a vossa.

Até breve, seja lá onde isso for.