Thursday 29 March 2007

Formação em Kent

Finalmente tenho um pouco de tempo para escrever qualquer coisa. Perdoem-me os impacientes mas esta última semana tem sido de loucos. Não vou contar tudo ao pormenor senão ficaria aqui pelo menos duas semanas, mesmo sabendo que só tinha uma semana para descrever. Tenho o dom de perder o contexto do que estou a escrever e quando dou por mim já não sei de mim, seja lá o que isto quer dizer. Já começa…

Bem, como alguns de vocês sabem, a semana passada fui para uma formação em Kent, formação esta relacionada com a importância do trabalho em equipa, pelo que é sobre isto que vou escrever agora. Não sobre o tema e sobre o que “aprendi” mas sobre o que se passou.

Foi a primeira vez que tivemos os 3 cá de casa na mesma formação pelo que tive boleia do Glenn para Kent e o Craig seguiu directo do trabalho para lá via comboio. Pormenores sem importância.

A chegada estava prevista para a noite de 4ª feira até porque estava prometido um jantar para todos, no hotel. Para esta formação os quartos, no hotel, eram quartos duplos e não fomos sequer ouvidos sobre quem queríamos para “room mate”. Na primeira lista que nos foi mandada com a partilha dos quartos eu era previsto ficar com um gajo de nome Jihad. Calhou-me logo o Taliban. Esta trampa de um gajo vir para aqui dizer que é “open-minded” tem destas coisas. Escusado será dizer que a florzinha aqui de casa pediu um quarto só para ele. Entretanto, não percebi muito bem o que se passou com a estrutura dos quartos, mas de véspera mandara-me um mail a dizer que afinal ia ficar com um Andrew.

Chegados ao hotel, dirigi-me ao quarto para deixar as coisas. O quarto era um quarto extremamente simples, com duas camas, uma dupla e uma single, sendo que a dupla já tinha a tralha toda do Andrew em cima. Antecipou-se o sacana.

De volta ao hall de entrada, percebi o porquê do gajo querer a cama de casal. Falar deste Andrew é falarmos de um gajo de 2 metros de altura, uns 100kg para cima e uma trunfa a fazer lembrar qualquer cão-de-água digno de respeito. Deixai-lo ficar com a cama de casal até porque não sou esquisito. Mal eu sabia o pouco tempo que ia usufruir daquele quarto…

O maranhal juntou-se junto ao bar do hotel e aí veio ao de cima o espírito inglês. A velocidade com que circulavam as belas das “pints” era impressionante. Escusado será dizer que algumas pararam exactamente onde eu estava sentado. Sacrifiquei-me em prol do grupo.

Nessa primeira noite as “pints” pararam de circular por volta das duas da manhã até porque no dia seguinte tínhamos de estar todos acordados e prontos para sermos transportados para um campo “militar” pelas 8h da manhã. Para perceberem o nível a que as conversas chegaram nessa mesma noite, o tema da noite era o seguinte: Se tivessem que perder um membro, qual seria? Um braço ou uma perna? O tema foi de tal maneira levado a sério que pusemos o barman a tirar “pints” a usar só um braço, como se isso fosse uma missão impossível. Ouviram-se palmas quando ele tirou a “pint” só com um braço. Tenho a certeza que alguns deles bateram palmas porque realizaram que ainda havia cerveja no barril!!!

Agora preparem-se para lerem algumas coisas que me provocaram um nojo como não me lembro alguma vez ter sentido, a não ser naquela bela noite em Cabo Verde em que apanhei um nativo a pentear a carapinha com água tirada, directamente, do mictório à sua frente ao mesmo tempo que fazia a sua necessidade fisiológica que muitos chamam, abrutalhadamente, de “mijar”. Não sei porque vão ler este parágrafo outra vez. Será que querem mesmo visualizar o que acabei de dizer? Problema vosso…

Voltando à Inglaterra que é aqui que as novas aventuras acontecem, obviamente que não vou contar todos os pormenores do que ouvi e vi até por respeito a muitas das celebridades que vêm a este blog com alguma regularidade. Primeiro foquemo-nos no Glenn, até por uma questão do nojo ser gradual. Como bem sabem, caso tenham lido o que escrevi para trás, a formação que ia ter seria frequentada, maioritariamente, por uma fauna masculina. Também sabem, até por histórias passadas, que o meu caro amigo Glenn possui um namorado. Questionam-se vocês o porquê destas duas informações em tom de reportagem da TVI. Pois bem, a certa altura da noite pedi a mochila ao Glenn para pôr a minha tralha toda já para o dia seguinte, até porque não me apetecia estar a carregar tralha. A minha dislexia tem destas coisas pois na altura em que abri a mochila do rapaz, não sei muito bem como consegui aquilo, mas tudo o que estava lá dentro, pelo menos dentro da bolsa que abri, como que saltou em busca de liberdade. Tudo espalhado no chão. Graças a “Mim” que ninguém se apercebeu mas apressei-me a pôr tudo de volta na mala não fossem aqueles abutres aperceberem-se. Agora vem a parte melhor. Vou tentar, na maior honestidade possível, descrever tudo o que estava no chão e devolvi à mochila do Glenn: 3 caixas de preservativos. Et voilà!!! Para que precisava ele daquele arsenal todo para uma formação daquelas? Nem quero saber. Reparei contudo que uma das caixas tinha, em letras garrafais, o seguinte dístico: “Extra Strong”. Não vou comentar rigorosamente nada do que acabei de escrever. Sinto-me incomodado.

Admito que a maneira como escrevo e conto as coisas possa dar uma imagem que exagero imenso a contar as histórias e que metade das coisas são tanga. Para ser sincero, eu não conto é metade das coisas para não ferir ainda mais as mentes mais sensíveis mas tudo o que escrevo é a mais pura das verdades contada por quem viveu a situação descrita. Eu próprio não acredito em maior partes das coisas que oiço ou vejo.

Foquemo-nos agora no Craig. Vou directo ao assunto até porque já estou cansado de escrever e vocês de lerem. A meio da noite o gajo sentou-se ao meu lado, com uma “pint” na mão e o telemóvel na outra e começou a falar. Até aqui nada de especial mas o tema da conversa deixou-me… sem conversa!!! Não é que o gajo me começa a mostrar as mensagens que ele e a namorada trocam?!?! Escusado será dizer que a palavra “badalhoquice” soa a elogio perante tamanha perversão que vai naquela cabeça. Acham que isto foi tudo??? Tirem o cavalinho da chuva (os que não têm cavalo tirem a avestruz), porque as maiores confissões ainda estavam para vir. Primeiro perguntou-me se queria ver um filme da Kirsty, que ele tem no telemóvel, ao que lhe disse que não mas mesmo assim vi contra a minha vontade. Eheheh. O filme era ela a fazer a mala no quarto dele, no fim-de-semana em que esteve cá em casa, em roupa interior. Sinceramente não sei que vos diga. Quem é que no seu devido juízo vai mostrar uma coisa daquelas? Lá que ele faça o filme é problema deles, agora partilhar aquilo??? Perguntei-lhe se ele não devia respeitar o facto dela poder não gostar que ele mostre aquilo mas onde é que eu me fui meter. Ela deve ser pior que ele. Só para terem uma ideia do nível, ela diz que finalmente escolheu o que quer seguir: quer ser polícia. Passando à frente e terminando este momento nojento do meu texto, o Craig confidenciou-me que não usa roupa interior. Tudo o que eu desejava saber naquela noite, que até estava a correr bem. Vendo bem as coisas, vivo com um paneleiro e com um gajo que não usa roupa interior. Ele há pontaria!!!!

Pelas conversas matinais, o companheiro de quarto do Craig não dormiu nada porque o Craig ressonou de tal maneira que parecia uma locomotiva.

Para esta formação fomos avisados que íamos ter bastantes actividades físicas pelo que seria conveniente levarmos roupa desportiva. Aquilo parecia a brigada do fato-de-treino. A comitiva parecia uma família, grande, num qualquer Domingo à tarde a caminho do Colombo. Viram-se meia branca, camisola de licra, pochete, entre outras coisas de tamanha utilidade numa qualquer caracterização Carnavalesca. Escusado será dizer que eu não estava de fato-de-treino até porque não tenho… ainda!!!! Ehehe.

Falemos então da formação até porque alguns de vocês ainda têm de trabalhar amanhã e convém não me alongar muito.

Fomos todos divididos em 5 grupos de 6 elementos cada. Por acaso tive sorte com o grupo. Tudo malta porreiríssima mas de longe o grupo com menos jeito para o que quer que fosse. No primeiro dia fomos só os únicos que não conseguiram acabar uma única tarefa. O nosso guia só se ria mas nós também. No meu grupo tinha, para além de mim, uma miúda que nunca conseguimos chegar a perceber o nome (era de origem Indiana), um Irlandês, um Brasileiro, e dois Ingleses. O dia, na formação, acabou com a malta toda dividida em apenas dois grupos e a fazermos uma caça ao tesouro pela noite dentro. Foi espectacular. O complexo era gigante e eles montaram uma estrutura incrivelmente bem organizada. Tínhamos de descobrir pistas que nos levavam a outras pistas e assim sucessivamente até completarmos o objectivo proposto. Basicamente tínhamos de salvar o mundo e para tal havia duas maneiras: ou descobríamos as 4 bombas biológicas prestes a ser activadas ou então descobríamos o antídoto. O meu grupo foi às bombas. Tínhamos apenas duas lanternas que só aguentavam 20m ligadas, cada uma, uns quantos walkie talkies, e pouco mais. Uns de nós ficavam pelo quartel a dar orientações e os outros iam indo ao terreno procurar as pistas, seguindo orientações de quem sabia ler mapas. Por incrível que pareça eu era um dos que sabia ler mapas. Pudera que por nossa causa quase que íamos tendo uma desgraça mundial mas lá acabámos por descobrir as bombas, mas não sem antes sofrer. Numa das muitas vezes que me aventurei pela selva a minha equipa parecia uma equipa saída de cartoon qualquer. Éramos 4, eu, uma miúda que só queria era estar fora do quartel mas sujar a botinha tá quieta, um gajo porreiríssimo que não faço ideia o nome e o famoso Jihad. Tinha mesmo de me cruzar com o gajo. Até correu bem e descobrimos tudo mas quando estávamos a voltar o inevitável aconteceu: ficámos sem lanterna. Digamos que a vinda para o quartel foi uma valente aventura. É complicado descrever o local mas garanto-vos que aquilo era uma selva autêntica. Ainda apanhamos uns quantos sustos com a fauna local, nomeadamente eu com os berros da miúda sempre que um arbusto fazia barulho. Foi uma “boa” aventura e “Prueba Superada”.

Nessa mesma noite houve forrobodó pela noite dentro até que nos fecharam o bar do hotel porque já estávamos a abusar (vejam isto para terem uma ideia do que falo - http://www.youtube.com/watch?v=F-BXnv2z4JI). Juntamo-nos uns 8 gajos, incluindo os 3 aqui de casa, o meu room-mate do hotel e mais uns quantos malucos e foi pela noite dentro com “drinking games”. O Craig ganhou a todos aos pontos.

Escusado será dizer que no dia seguinte estávamos todos mortos pelo que não me lembro muito do que se passou mas de qualquer das maneiras também já escrevi o suficiente e já são horas de lanchar. A ver se entre hoje e amanhã vos conto o meu inicio de semana, por Durham. Acreditem que vai valer a pena.

P.S.
Já estão confirmadas as minhas férias. Em Agosto viajo para Shanghai (China) e volto por Jacarta (Indonésia). Falta só saber como chego de um lado ao outro mas isso é um problema que tentarei resolver quando lá chegar, certo mister?

2 comments:

Anonymous said...

Miudo,
Inacreditável ... só me rio a ler os teus comentários! Mas em que berço de ouro é que tu nasceste? Não captas nada, lol, é óbvio que o Glenn levou as n caixas de preservativos para aproveitar estar longe do boyfriend e atirar-se a ti. Ora ora, e tu não percebes nada, ele ora mostra os videos semi-nus, ora são os comentários que vai sem roupa interior ... meu amigo, não durmas com a pestana aberta não !!! Tou mesmo a ver !!!
Quanto a esse jogo das bombas nucleares ou sei la de onde, jogar com um menino de nome Jihad, não sei bem ... não percebo como não explodiram bombas. Das duas uma, ou o Jihad falhou a missão e deve andar aí perdido que nem floribela:"Ai, estou um bocado confuso!" ou então levará uma valente sova do Tio Laden,
Sem mais,
Que continue tudo sempre em cima,
Gde abr Catalão,
Martim VFG

clara said...

Beeemmm :D grandes aventuras :D eu só gostava de ver as caras que tu fazes para tentar disfarçar o que pensas :D
parabens pela viagem! nao sei se é em trabalho ou lazer mas vais aproveitar para conhecer parte de um pais onde eu gostava de ir. Com uma certa precaução, confesso, mas gostava. Na verdade, preferia mesmo era o Japão mas a China tem uma história tão impressionante que tenho a maior curiosidade em ver hoje o que virá a ser no futuro a maior potência mundial.
Pelo menos, assim se diz, tu saberás melhor :)
beijinhos!